SAF Botafogo

Quem vive de passado é museu, Luis Castro

Com voo fretado, campo bom para treinar, elenco qualificado, etc., o português Luis Castro não consegue fazer o básico e o Botafogo pena com o “galáctico” Audax

Alguém precisa explicar para o técnico do Botafogo, o português Luis Castro, que “quem vive de passado é museu”, como diz o ditado popular. No dia 31 de março, o treinador deu uma entrevista ao canal The Coaches’ Voice no qual explicou taticamente como o Shakhtar Donetsk, time que então ele comandava, venceu o Real Madrid na Liga dos Campeões (Champions League) na temporada 2020/2021. 

Foram dois jogos, os dois vencidos pelo Shakhtar: 2 × 0 e 3 × 2.

Dois dias após a publicação da entrevista, na final da Taça Rio, que, para quem não sabe, é um título de consolação para os times cariocas que não se classificaram para as semifinais do estadual, o atual time de Castro penou para vencer o “galáctico” Audax… Acabou vencendo de virada por 2 × 1, mas o Alvinegro novamente fez um partida pífia contra um time fraquíssimo.

Essa vitória do Shakhtar contra o Real Madrid é a bengala na qual se apoia a suposta “boa” carreira de Luis Castro. Afinal, o grande clube madridista era o favorito e perdeu a duas partidas — e, naquela temporada, chegou até semifinais da principal competição europeia.

O time ucraniano, treinado por Castro, no entanto, mesmo com as duas vitórias, foi eliminado da Fase de Grupos, perdendo por 4 × 0 e, depois, 6 × 0 do Borussia Mönchengladbach; e empatando por 0 × 0 com a Inter de Milão nas duas partidas. Dá para ver, portanto, que as vitórias contra o Real foram o acaso que ocorre no futebol. 

Castro, antes de dar “aulas táticas”, precisaria, primeiro, vencer contra times fraquíssimos da 4ª divisão (e até sem divisão) do Campeonato Brasileiro.

Aliás, nada justifica que o treinador português, há mais de um ano no Botafogo acumulando vexames, se mantenha no cargo. Mas, como é europeu, é mantido pela SAF, que pouco se importa com o Alvinegro.

Em sua carreira, Castro não conquistou nada importante. Com o Shakhtar, foi campeão do fraquíssimo Campeonato Ucraniano, no qual há basicamente o clube de Donetsk e o Dínamo de Kiev, competindo. Foi campeão da Copa do Emir do Catar com Al-Duhail, que melhorou de rendimento após a saída do treinador. Mesmo assim: outro campeonato fraco. Com o Porto B, conquistou a Segunda Liga, isto é a Série B de Portugal. E com o Estarreja venceu a III Divisão — a Série D de lá. Se o Campeonato Português já é uma farsa, esses dois últimos mencionados nem merecem comentários.

Quando o dono da SAF do Botafogo, o norte-americano John Textor, demitiu Enderson Moreira, campeão da Série B de 2020 e com aproveitamento de 72.04%, o empresário comentou: “O que eu vi foi um estilo de futebol que eu não desejo para o futuro do Botafogo”.

Contratou Castro apontando que queria um time que jogasse ofensivo, com um padrão de jogo, o chamado “Botafogo Way”. Isso, como ficou comprovado, não passava de uma farsa.

Eis que Luis Castro está há mais de um ano no Botafogo e o time ainda não encontrou um padrão de jogo. Ao contrário, tem dado vexame contra times infinitamente inferiores. Em 2021, o Botafogo de Enderson e do interino Lúcio Flávio, sem as contratações da SAF, pelo menos, chegou às semifinais do Campeonato Carioca — e só não foi à final por causa de um gol tomado no último minuto do segundo jogo contra o Fluminense.

Castro, com o 6º elenco do Brasil, não conseguiu nem se classificar às semifinais do estadual, caindo na Fase de Grupos e tendo de disputar a Taça Rio — e, mesmo assim, sofrendo contra times como Portuguesa e Audax.

O Botafogo não tem estilo de jogo nenhum. É “chutão” pra frente e chuveirinho. No primeiro tempo, em 47 minutos, foram 16 bolas alçadas na área, quase uma a cada três minutos e nenhum gol. O Botafogo só foi reagir no final do segundo tempo, virando com gols de Tiquinho Soares e Gustavo Sauer.

Fato é que Castro tem tudo o que outros treinadores do Botafogo não tiveram no passado. Tem muito mais do que treinadores que não se seguraram por causa de maus resultados. Mesmo voo fretado para viajar, folha salarial alta, campo bom para treinar, elenco qualificado, dentre outras facilidades, o português não consegue fazer o básico. 

Mesmo assim, é apresentado pela imprensa como um gênio da tática, enquanto treinadores brasileiros são avacalhados. 

A torcida do Botafogo está certa em pedir o “Fora Castro”. Mas agora pode ser tarde demais… E lá vem mais um ano difícil para os torcedores alvinegros.

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