Nesta semana, o New York Post publicou a farsa dos estupros que teriam sido cometidos pelos “terroristas do Hamas”. Nessas horas, fica bastante evidente a importância desse rótulo de “terrorista”, afinal isso torna natural atribuir qualquer comportamento violento a alguém. Diante das crescentes evidências de fraudes nos relatos iniciais sobre o que aconteceu no dia 7 de Outubro, a máquina de propaganda de guerra do imperialismo insiste em manipular os fatos para justificar o assassinato de milhares de civis palestinos, incluindo milhares de crianças.
A entrevista citada na matéria teria sido concedida ao Sunday Times, do Reino Unido, por Yoni Saadon, um dos israelenses que estava na rave no dia 7 de outubro. Segundo ele, uma “linda mulher com o rosto de um anjo” teria sido espancada e estuprada por oito ou dez militantes. Escondido sob o corpo de uma mulher morta, ele teria ouvido ela gritar “parem já, eu vou morrer de qualquer forma pelo que estão fazendo, só me mate”. Ele cita ainda que teria visto outra mulher ser decapitada com uma pá. Cenas de um filme de terror, perfeitas para justificar o ódio que o sionismo estimula há décadas contra os árabes.
Israel mentiu desde o começo sobre o 7 de Outubro. Começando pelo número de vítimas, que seriam cerca de 1.400 civis e depois se admitiu que seriam cerca de 1.200, com uma maioria de militares e pessoas armadas, mortos em troca de tiros e não covardemente assassinados como disse a propaganda sionista. Além disso, com o passar dos meses, foi revelado que muito civis foram mortos por disparos feitos pelos sionistas.
O trecho abaixo mostra como mesmo uma peça de propaganda cretina como essa acaba tendo que se explicar sobre as inconsistências do que apresenta:
“Enquanto as investigações sobre as alegadas agressões sexuais tenham sido inicialmente dificultadas pela falta de provas físicas, uma vez que os kits teste de estupro (itens usados para colher e preservar evidências de abuso sexual) não foram utilizados nos sobreviventes e os cadáveres recuperados nas primeiras 48 horas, as autoridades começaram a obter uma imagem mais clara dos horrores, incluindo estupros, nas últimas semanas”.
Ou seja, diante de um ataque de estupradores saídos do inferno contra israelenses com rostos de anjo, as equipes médicas teriam se esquecido de colher as evidências, mesmo com os kits disponíveis. E, de maneira surpreendente, cerca de um mês depois, as autoridades estariam absolutamente seguras do que ocorreu. Afinal, estamos falando de árabes, que não têm o mesmo valor como seres humanos do que os israelenses, e pior ainda árabes “terroristas”.
Por outro lado, o abuso sexual cometidos contra as mulheres palestinas está amplamente documentado, inclusive por investigadores israelenses que são críticos à política sionista. Ilan Pappe, autor do livro Limpeza Étnica da Palestina, relata uma série de violações cometidas contra mulheres palestinas desde a Nakba (1947-1948).
Em setembro deste ano, o Mintpress News denunciou abusos cometidos por soldados israelenses contra mulheres palestinas na Cisjordânia em julho. A investigação foi conduzida pelo grupo de diretos humanos israelense B´Tselem, que publicou um relatório no começo de setembro. A família Ajlouni teve sua casa invadida na madrugada por militares que levavam cães treinados. Os 26 membros da família foram separados primeiro por sexo, depois por idades, incluindo bebês de alguns meses de vida. As mulheres foram obrigadas a se despir e foram revistadas nuas na frente dos filhos. Ao final da operação, por volta das 5h30, os familiares foram se reencontrando e acharam dois deles algemados e vendados em um dos quartos. Um dos homens havia sumido, posteriormente descobriram que havia sido preso. Joias da família foram roubadas e devolvidas após registro de queixa no dia seguinte.
A reportagem do Mintpress News destaca que episódios de violência e humilhação como esses fazem parte do cotidiano dos palestinos sob a ocupação militar israelense. Esse sim um roteiro de filme de terror que acontece de verdade e cujas provas materiais abundam.