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Lavajatismo

Quem é de esquerda não defende os métodos da Lava jato

Em matéria publicada no Brasil 247, jornalista pede que STF aplique os mesmos métodos de tortura da Lava Jato contra Bolsonaro

justiça parcial

A Lava Jato, os métodos que ela aplicou, estão sendo aceitos por quem se diz de esquerda, é isso que vemos em matéria de Alex Solnik publicada nesse dia 7, domingo, no Brasil 247. O título da matéria é revelador: Se não for delatado, Bolsonaro não será preso; se não for preso, não será delatado.

O que o método de delação nos mostrou é que Sergio Moro não tinha provas contra Lula, por isso prendeu as pessoas para que ‘delatassem’, o que não deixa de ser um método de tortura. E tem o agravante de que o preso não tinha o que delatar, mas poderia ser solto, caso dissesse aquilo que o Mussolini de Maringá queria ouvir.

As ‘delações’ de Palocci, viraram notícias na grande imprensa sem que fosse apresentada uma única prova. Mas, isso não tinha importância, o que queriam era criar o ambiente desfavorável contra Lula, pintando-o para a opinião pública como corrupto.

Quando lemos “somente se o chefe estiver preso e, portanto, enfraquecido e despojado de qualquer poder, Anderson Torres e Mauro Cid terão condições de contar a verdade na matéria de Solnik, não temos como não lembrarmos do que aconteceu com Lula, Zé Dirceu, Delúbio Soares, José Genoíno etc. Para cada direitista que esse Judiciário desenfreado perseguir, teremos um número dez vezes maior do lado da esquerda.

Direitos fundamentais

Jair Bolsonaro, gostemos ou não de sua figura, seja ou não um criminoso, tem direitos como qualquer pessoa, e esses direitos precisam ser observados. Se não concordamos com os métodos fascistas aplicados contra políticos de esquerda, não vai ser agora que vamos concordar com isso, é uma questão básica de princípios.

Os eventuais crimes que Bolsonaro tenha cometido, deverão seguir os trâmites e o devido processo legal.

A frase os brasileiros sãos e lúcidos estão cansados de saber que tanto o ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, quanto o ex-ajudante de ordens, tenente-coronel Mauro Cid só estão presos porque cumpriram ordens ilegais de seu chefe, nada mais é que uma variação da famosa frase de Deltan Dallagnol contra Lula “não tenho provas, mas tenho convicção”.

Solnik afirma também que “até as paredes do Palácio do Planalto sabem que a minuta do golpe, o resgate das joias milionárias, a falsificação das certidões de vacina, a dúvida sobre as urnas eletrônicas interessavam ao ex-presidente e não a eles”. E que “estão presos, portanto, por causa de atos e palavras de Bolsonaro.

Primeiro, teríamos de saber se os “atos e palavras” de Bolsonaro são passíveis de prisão e para isso tem que haver um julgamento. Se o pretenso julgamento decidir que apenas Bolsonaro deverá cumprir pena de prisão, os que esses dois homens estão fazendo na cadeia?

Outro dado que chama a atenção é um sentido de urgência que não faz sentido, quando Solnik afirma que está ficando evidente que Bolsonaro só terá o mesmo destino que eles, a curto prazo, se um deles disser: foi Bolsonaro quem mandou fazer. (grifo nosso. Por que o ‘curto prazo’? Um julgamento tem que seguir seu curso natural, passar pelas instâncias, atender a recursos. Se ‘um deles disser’ algo, Bolsonaro poderá dizer que não disse, fica uma palavra contra a outra.

Antes que nos acusem de estarmos defendendo Bolsonaro, estamos defendendo o cidadão comum, o trabalhador, a esquerda, de um modo geral, pois somos nós que vamos de fato sofrer com tamanha arbitrariedade. Mais do que nunca, vale o adágio “pau que bate em Chico, bate em Francisco”.

Padrão

O ambiente jurídico virou um vale-tudo, a Lava jato se transformou no padrão, por isso no texto se afirma que “o país mais espera é uma delação de um dos ou dos dois ex-braços direitos”. O espetáculo das delações precisa continuar.

Para o jornalista Enquanto [Bolsonaro] está em liberdade ele pode retaliar a traição de vários modos, seja por meio de setores da Justiça que ainda controla, seja por meio de suas ligações com o submundo do crime. Ou seja, já está tudo resolvido, Bolsonaro já foi julgado e condenado. Fim.

Uma coisa precisa ser dita: esse tipo de pensamento é pior para a esquerda, muito pior. O ambiente repressivo que a direita instalou foi comprado pela esquerda. Em vez de combater, denunciar essa nova instituição “a delação”, ou, de um jeito mais bonito: a “delação premiada”, o que estamos vendo o são pessoas da imprensa independente exigindo que o Estado burguês endureça ainda mais.

Quem vai ganhar com isso? A extrema-direita. A sanha punitiva, a gritaria chamando tudo de terrorismo, está se voltando, conforme já havíamos dito, contra a esquerda. Estão tratando o Movimento dos Trabalhadores Sem-terra como terroristas, querem abrir uma CPI, exigem que Lula dê um jeito no Movimento.

Parece absurdo, mas é a esquerda quem tem dado suporte para o STF. A direita contesta a arbitrariedade dessa corte, enquanto Alexandre de Moraes se torna o paladino da democracia. É uma completa inversão de valores.

A classe trabalhadora nunca pode perder de vista que o Estado é burguês e é ele que aplica as leis, que tem a força repressora contra a população. O Estado representa os interesses da burguesia, não da classe trabalhadora. Se, por um acaso, tratarem de puir algum elemento da direita, nunca perderão de vista que seu inimigo fundamental é a classe trabalhadora.

Promover o Judiciário, aumentar sua força, é alimentar os carrascos dos trabalhadores.

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