Em rápida entrevista concedida a este Diário, durante a 59ª edição do Congresso da União Nacional dos Estudantes (CONUNE), o trompetista Fabiano Leitão se disse “muito esperançoso que a UNE continue sua caminhada de luta pelos direitos estudantis”. O evento teve início no dia 12 de julho e irá até o próximo dia 16, quando será eleita a nova direção da entidade estudantil.
Embora o congresso em si seja refém da política direitista da União da Juventude Socialista (UJS), burocracia que controla a UNE, o evento costuma reunir milhares de estudantes do todo o País, interessados em discutir política. Dezenas de organizações estão presentes no evento, incluindo a Aliança da Juventude Revolucionária (AJR), a juventude do Partido da Causa Operária (PCO), que, mesmo sem concorrer à direção, vê no CONUNE uma oportunidade para agitar a juventude em torno de seu programa.
É graças a essa situação contraditória – isto é a reunião de estudantes de todo o País para discutir política e a política direitista da direção da UNE – que o trompetista fez uma ressalva à entidade: “que ela não faça oposição ao governo Lula, né? Porque é o governo que mais constrói universidades”.
A ressalva não é à toa. Nos últimos meses, conforme este Diário tem denunciado, um setor da esquerda nacional vem sendo cooptado para fazer uma campanha de tipo golpista contra o governo Lula. Organizações como a Unidade Popular (UP) e o Partido Comunista Brasileiro (PCB) estão imersos neste tipo de campanha e pressionam a UNE para que adira a uma posição bastante hostil ao governo.