Uma semana depois da combativa iniciativa dos palestinos, principalmente jovens, liderados pelo Hamas, ultrapassarem as criminosas cerca que o Estado sionista de Israel lhes impuseram, como parte da transformação do minúsculo território que lhes sobrou no maior campo de concentração do planeta, após ataques genocidas do exército israelense que já matou centenas, inclusive, com armas condenadas pela pelas selvagens leis da guerra (como bombas de fósforo branco), e que – violando o direito internacional – decretou a expulsão de mais de um milhão de pessoas da faixa de gaza, da transformação dos hospitais em necrotérios, com bombardeios e cortes de energia (como vem denunciando a Cruz Vermelha e a OMS/ONU), iniciamos nesse sábado (14), no auditório central da APEOESP, a realização da II Conferência Sindical Nacional, convocada pelo Partido da Causa Operária (PCO) e pela Corrente Sindical Nacional Causa Operária(CSNCO), com a participação de dirigentes e ativistas sindicais de todas as regiões do País.
Queremos dedicar à luta do povo palestino, a qual é – neste momento – a expressão maior da luta dos povos oprimidos contra o imperialismo em todo o mundo, que além da luta no Oriente Médio contra Israel e seus “donos” os EUA, se destaca também no levante dos povos africanos contra os governos pró-imperialistas e na luta dos povos russos, contra os capachos do governo nazista de Zelensky, a nossa Conferência e os nossos melhores votos e solidariedade ativa nessa luta que é uma luta comum de toda a classe operária mundial e de todos os povos que lutam pela emancipação da humanidade da miséria e barbárie que o capitalismo no impõe.
Às vésperas do XIV CONCUT (19 a 22 próximos) e diante de uma nova etapa que começa a se abrir na luta de todos os povos oprimidos, para nós, a questão central é preparar uma parcela da vanguarda da luta dos explorados brasileiros para a evolução que o movimento operário brasileiro será desafiado a realizar no próximo período. Tal como realizou em outros períodos da história, como na própria fundação da CUT – há 40 anos – quando deu um salto na direção de superar seu atraso político e organizativo, enfrentar a ditadura e o peleguismo e construir a única central surgida da luta dos trabalhadores em toda a nossa história.
Nossa Conferência se vê impelida a dar a maior atenção ao gigantesco turbilhão em que o mundo mergulhou, que não pode ser detido e está dando lugar a uma nova etapa de guerras, golpes, rebeliões e revoluções, como não se via há décadas.
Prezado leitor, temos a oportunidade de viver um período que – possivelmente – será contado nos livros de história (e por certos nos meios eletrônicos atuais e do futuro) como aquele em que o imperialismo, a fase final do capitalismo, entrou na sua etapa de maior declínio até os dias atuais e no qual a luta de classes (que muitos disseram não mais existir) vai impor grandes derrotas aos que de há muito se consideram donos do mundo, insuperáveis, etc. apesar de todas as inúmeras demonstrações iniciais da história de que isso não faz o menor sentido.
A enorme polarização política, econômica e até militar, já está levando e levar ainda mais a uma nova explosão da luta no interior do movimento operário e nossa Conferência quer dar passos concretos no sentido de debater o programa, a política e o plano de trabalho para fazer avançar a organização independente dos trabalhadores diante do avanço da crise.
É preciso trabalhar árdua e sistematicamente e, ao mesmo tempo, ter paciência. A situação internacional, de modo geral, parece se desenvolver de forma mais acelerada, explosiva, sujeita a mudanças imediatas mais profundas e rápidas, enquanto a situação nacional caminha de forma mais lenta, apesar da profunda crise que se abate sobre o País.
Essa realidade já está se transformando e tende a ser “embalada” pela situação internacional, superando os obstáculos e retrocessos impostos nos governos golpistas, a falta de medidas efetivas do atual governo para mudar a situação – submetido que está a um enorme cerco da direita e à sabotagem de setores do próprio governo da direita presentes no governo (frente ampla) -, como também a prostração da maioria da burocracia sindical, influenciada pela política da esquerda pequeno burguesa que deixou de lado o terreno da luta de classes, da revolução e se passou – de malas e bagagens – para a política da conciliação de classes e da capitulação diante da direita e do imperialismo, como se vê muito claramente na covardia diante do necessário apoio à luta do povo palestino contra o Estado sionista de Israel, na luta dos trabalhadores brasileiros por suas reivindicações, etc.
A situação aponta em direção a uma nova etapa de lutas no movimento operário brasileiro que vai superar a paralisia das atuais direções sindicais e da esquerda e caminhar no sentido da recomposição que a situação tende a impor e dar-lhe uma perspetiva classista e revolucionária.
Que o martírio e a luta do povo palestino e do Hamas nos sirva de exemplo.
Que trabalhemos obstinadamente para fazer vitoriosa a classe operária contra a barbárie capitalista, na Palestina, no Brasil e em todo o Mundo.