Quando o último soldado norte-americano foi retirado do Afeganistão, em 30 de agosto de 2021, como conclusão da tomada do poder do País pelo Talibã, o imperialismo divulgou a informação como sendo um horror.
Certamente aquilo foi mesmo um horror… para o imperialismo, que perdeu mais uma guerra. A ocupação norte-americana durou 20 anos e terminou como um desastre. Embora o governo norte-americano tenha divulgado a retirada com o máximo de cuidado para não aparecer o desastre e a derrota, as imagens de colaboradores da ocupação norte-americana tentando se agarrar no avião que saía do País revelou que a retomada do poder pelo Talibã foi produto de uma insurreição no país.
Como propaganda para disfarçar a derrota e, ao mesmo tempo, iniciar a campanha de difamação contra o governo do Talibã, o imperialismo usou a arma que tem sido a preferida: o identitarismo. Os talibãs seriam horríveis para as mulheres afegãs, um regime de terror, cuidadas!
A propaganda cínica do imperialismo, cínica e hipócrita, seduziu como sempre a esquerda pequeno-burguesa filo-imperialista. E logo começou-se a assistir ao lastimável e vergonhoso espetáculo da esquerda repetindo a campanha imperialista “em defesa das mulheres afegãs”. Em nome dessa campanha, a maior parte da esquerda fez coro com o imperialismo na campanha contra o Afeganistão e o Talibã. Quem era contra, era acusado de ser “machista, misógino, transfóbico” e mais uma dúzia de adjetivos que só servem para disfarçar o real problema político.
Todos os que caíram na campanha, simplesmente se esqueceram que o maior inimigo dos povos oprimidos – incluindo, logicamente, as mulheres – é o próprio imperialismo, em primeiro lugar o norte-americano. Ou seja, nada poderia ser pior para as mulheres afegãs do que a ocupação imperialista que durou 20 anos no país.
Um perfil no Twitter chamado Combate, publicou um vídeo mostrando como o legado da ocupação norte-americana foi bom para os afegãos, incluindo as mulheres:
“As autoridades afegãs dizem que 195.000 pessoas ficaram mutiladas por ataques de drones e incidentes com bombas de fragmentação no Afeganistão durante as duas décadas de guerra. Estima-se que durante os primeiros 3 anos do conflito, os EUA lançaram mais de 1.500 bombas de fragmentação no Afeganistão.”
Esse são os grandes defensores das mulheres, segundo eles mesmo e segundo a esquerda filo-imperialista, que não se cansa de passar vergonha com sua profunda subordinação aos interesses do imperialismo.