No dia 28 de janeiro deste ano, um balão chinês adentrou o espaço aéreo dos EUA, através do Alasca, e depois atravessou o Canadá e os Estados Unidos continental. À época, segundo o Comando de Defesa Aeroespacial da América do Norte, o aeróstato (denominação científica) voou perto de instalações militares, incluindo silos de mísseis nucleares.
Em 4 de fevereiro, um ataque com míssil da Força Aérea norte-americana o abateu na costa da Carolina do Sul. As autoridades chinesas explicaram que o balão estava sendo usado para rastrear padrões climáticos, e criticaram os EUA por abatê-lo.
Agora, passados cinco meses, após toda uma intensas campanha de calúnias, ataques, acusações infundadas, e tentativas de incriminar a China por espionagem, nada menos do que o próprio Departamento de Defesa dos Estados Unidos (Pentágono) reconhecem que o “ameaçador” balão não estava em nenhuma missão de espionagem e militar, não tendo coletado nem enviado qualquer informação, de qualquer natureza.
Para não deixar dúvidas sobre a versão fantasiosa do imperialismo sobre o fato, no dia 29 de junho, durante uma coletiva de imprensa, citado pelo portal Air Force Times, o general de brigada Pat Ryder disse textualmente: “nossa avaliação agora é de que [o balão espião] não coletou dados enquanto estava transitando pelos Estados Unidos ou sobrevoando os EUA“.
O episódio do balão chinês e toda a grotesca campanha de falsificações que por cinco meses foi ardilosamente conduzida pela “inteligência” político-militar da Casa Branca – assim como muitos outros episódios envolvendo os Estados Unidos e sua política de falsificar a realidade para atacar a quem eles classificam como “inimigos” – expõe de forma clara a etapa de crise vivenciada pelo imperialismo, onde até mesmo fatos muito comezinhos são instrumentalizados para manipular a opinião pública, dentro e fora do país.
A aguda e terminal crise de conjunto do sistema de dominação imperialista obriga os EUA e os principais outros países capitalistas a abolir até mesmo as relações mais elementares de convivência. Vemos isso muito nitidamente no conflito militar entre russos e ucranianos, onde o imperialismo busca, de todas as formas, através de uma enorme campanha de mentiras, calúnias e falsificações, responsabilizar e incriminar a Rússia.
Isso se dá em função de que o próprio imperialismo tem consciência da impossibilidade de impor uma derrota militar à Rússia, em razão da enorme superioridade bélica russa em relação ao país vizinho.
Desta forma, na ausência de condições de vencer a guerra no terreno militar, a desinformação, a mentira, a manipulação e a propaganda torna-se a arma de guerra principal do imperialismo.