As contradições do imperialismo na atual etapa de crise se manifestam de forma intensamente aguda. Diversos são os fatores que apontam neste sentido, pois não se trata de fatos isolados ou mesmo de importância menor.
Desta forma, até mesmo órgãos internos do Departamento de Estado são obrigados a desmentir o presidente norte-americano, que durante o seu desastroso mandato vem protagonizando episódios que colocam em risco sua própria reeleição, ameaçada pelo retorno da extrema-direita republicana “trumpista”, que muitos já admitem como uma realidade para a eleição presidencial que ocorrerá no próximo ano.
Um memorando interno acusou o presidente, Joe Biden, de “espalhar desinformação” sobre o massacre perpetrado por Israel em Gaza, ao admitir que a ocupação comete “crimes de guerra”.
No documento em questão (memorando interno) há diversas passagens onde Biden é abertamente desmentido ou questionado no que diz respeito às suas afirmações sobre Israel, depois da bem sucedida operação militar do Hamas em 7 de outubro, o que desencadeou um duro golpe no sistema de dominação imperialista mundial.
A propósito, dias atrás, a assessora do Departamento de Estado para Assuntos do Oriente Próximo, Barbara Leaf, em declaração a um órgão de imprensa, disse que o número de mortos como consequência dos ataques criminosos por bombas contra a população civil indefesa de Gaza é muito maior do que vem sendo divulgado oficialmente, inclusive pelas próprias autoridades de saúde do território palestino ilegalmente ocupado pelos sionistas.
Contrariando abertamente a orientação da Casa Branca (alinhamento e apoio incondicional às ações criminosas do Estado sionista israelense), o documento reivindica de oficiais de alto escalão que reavaliem a política americana sobre Israel e pressionem por um cessar-fogo em Gaza. Lembrando que a proposta de um cessar-fogo foi rechaçada na reunião do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), com voto contrário dos Estados Unidos.
O documento assinado por oficiais do alto escalão tem peso e relevância considerável, pois recebeu apoio de profissionais da Casa Branca, além de membros do Departamento de Estado e da Agência de Desenvolvimento Externo.
A esses fatos e acontecimentos soma-se a enorme insatisfação social (cada vez maior) da população norte-americana com a política interna e externa dos Estados Unidos, particularmente no que diz respeito ao apoio dado a Israel. São cada vez maiores as manifestações condenando a política genocida do aliado dos EUA na região do Oriente Médio, indicando claramente uma tendência de mobilização crescente na defesa da causa palestina.