Os morenistas do PSTU publicokaram em seu órgão de imprensa, Opinião Socialista, o artigo intitulado “O governo Lula diante do apartheid” (12/10/2023), defendendo que o Estado nazista de Israel segue sendo apoiado “por governos mundo afora” e que “o Brasil não está na contramão disso”. “Lamentavelmente”, argumentam os morenistas, “durante os primeiros governos Lula e Dilma, nosso país se tornou o quinto maior importador de tecnologia militar israelense”, quando, na concepção do partido, deveria aderir a um movimento de “Boicote, desinvestimento e sanções” (BDS) contra Israel, o que além de um exagero, evidencia que os morenistas não aprenderam com os erros.
Ao colocar o governo petista como um dos “governos mundo afora” que apertam as “mãos sujas de sangue” do regime sionista, sem apresentar a situação concretamente, o órgão estabelece uma equivalência entre o brasileiro e governos como o do Reino Unido, França e EUA (entre outros). Estes últimos, apoiam de maneira consequente o enclave imperialista no Oriente Médio, estabelecendo uma onda de censura e repressão contra os revolucionários palestinos. Ao mesmo tempo, os governos centrais do imperialismo enviam apoio financeiro e militar a Israel para promover uma limpeza étnica da Palestina. Nem por acaso, isto pode ser equiparado com a política do Palácio do Planalto.
É verdade que a posição do governo Lula sobre a ofensiva revolucionária do Hamas pela libertação da Palestina é muito negativa, denotando uma grave capitulação ao imperialismo em um momento de radicalização ainda mais aguda na luta de classes no planeta. Fortalece a direita, que se unificou sob a bandeira do apoio às forças nazistas de Israel e já vem dando sinais de estar articulando uma ofensiva golpista contra o Planalto.
Não é, no entanto, o mesmo que enviar porta-aviões e dinheiro para o regime sionista. Já o PSTU, por sua vez, presta um enorme auxílio às mesmas forças que sustentam, de fato, o criminoso Estado de Israel e que no Brasil, já articularam no passado muito recente, a derrubada golpista da ex-presidenta Dilma Rousseff em 2016 e a prisão, e a proscrição de Lula nas eleições de 2018.
Cumprindo um papel de braço esquerdo do golpe, o PSTU foi às ruas chamar uma parte da esquerda e da classe trabalhadora a apoiar as mobilizações golpistas, criadas pelo imperialismo para derrubar o governo do PT. O cálculo da esquerda pequeno-burguesa, na época, era de que a queda do PT abriria caminho para o crescimento desses grupos menores da esquerda, posição de malucos, que desconsiderava os resultados concretos do fortalecimento da direita.
Evidenciando uma incapacidade crônica de aprender com as próprias lambanças, o PSTU mantém a política oportunista desorientada, de usar a crise mundial aberta pela ação revolucionária do Hamas na Palestina para unir-se ao imperialismo no ataque ao governo federal. Buscando trocados políticos sem considerar os resultados do que está fazendo, os morenistas estão, novamente, prestando-se ao papel de ser a mão esquerda com a qual as potências estrangeiras atacam o presidente Lula, visando sua derrubada e implantação de um governo que lhes atenda.
O oportunismo inconsequente do PSTU já auxiliou os verdadeiros inimigos do povo palestino na campanha golpista de 2016. Usar a revolução árabe para apresentar Lula como um aliado de Israel mostra que os morenistas não mudaram a chave, mesmo vendo o resultado de suas loucuras. Continuam sendo uma linha auxiliar dos golpistas e do imperialismo.