Em um artigo escatológico desde o título, o Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU) defende a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O artigo se chama “Bolsonaro inelegível: precisa agora ser investigado, punido e preso!” e utiliza de gancho o recente julgamento que levou à inelegibilidade da figura de extrema-direita.
Querer que Bolsonaro seja preso, em si, não quer dizer muita coisa. O PSTU e os militantes podem desejar qualquer coisa. O problema está quando o pedido de prisão se torna parte do programa de um partido pretensamente esquerdista.
Pedir a prisão de Bolsonaro sem que haja um julgamento indevido já é, em si, uma coisa bárbara. O PSTU, aqui, subverte completamente a ordem jurídica. Parte dos interesses políticos para investigar alguém, e não dos indícios concretos. Age, assim, como a burguesia. O PSTU quer Bolsonaro preso simplesmente porque é um inimigo político. Neste aspecto, o clamor dos morenistas é o mesmo de qualquer regime totalitário.
Para fingir um mínimo de respeito aos direitos democráticos, o PSTU alega ter uma lista de supostos crimes que Bolsonaro teria cometido. No entanto, pela própria natureza dos “crimes”, fica claro que seu interesse não é em julgar seriamente o ex-presidente, mas simplesmente o de encontrar um pretexto para puni-lo. O PSTU quer colocar Bolsonaro por crimes completamente artificiais e que sequer estão previstos pela Lei brasileira:
“Os crimes de Bolsonaro – cometidos antes, durante e depois do mandato – são evidentes e inquestionáveis. Não apenas o escancarado uso de maracutaias na comunicação com fake news e o uso do aparato da Presidência para fazer campanha eleitoral, mas principalmente as ameaças autoritárias que proferiu ao longo dos últimos anos tentando criar uma narrativa de questionamento às eleições como meio para justificar uma tentativa de golpe”.
Disseminar “fake news” não é crime. Nem “ameaças autoritárias”, se essas ameaças não passarem de meros discursos. No final das contas, o PSTU, no seu desespero de perseguir um inimigo político, acaba ainda defendendo uma política extremamente reacionária, que é a censura – isto é, o ataque à liberdade de expressão.
Em seu artigo, o PSTU deixa claro: muito mais que odiar Bolsonaro, o partido é um defensor número um da “democracia”. Isto é, do regime golpista brasileiro, comandado pelo imperialismo através de figuras como Alexandre de Moraes.