Tuitada do PSOL revela a falência desse partido, pois ficar a reboque de decisões do Judiciário é fim de linha para quem se diz de esquerda. A postagem diz o seguinte: “Faltam 8 dias. O TSE já marcou a data: dia 22 é o julgamento que pode começar a fazer justiça no Brasil e varrer Bolsonaro do mapa. Se você também tá com a gente nessa, responde aqui: BOLSONARO INELEGÍVEL”.
O PSOL acha Bolsonaro tão terrível que o utilizou como desculpa, ou como espantalho, para tentar montar uma frente ampla, ou amplíssima, para as eleições presidenciais de 2022. Utilizando o ex-presidente como o mal encarnado começou-se a cogitar uma frente com o “campo democrático”, que nada mais era do que setores golpistas que ficaram de algum modo escanteados pelo governo.
Durante as manifestações pelo ‘Fora, Bolsonaro’ o PSOL e o PCdoB usaram de diversos artifícios para boicotar as manifestações de rua, bem como tentaram impedir, em vão, que militantes do Bloco Vermelho levassem faixas propondo Lula presidente.
A ideia desses dois partidos era colocar a esquerda como massa de manobra para apoiar a candidatura da Terceira Via, que era uma alternativa que a burguesia mesma propôs contra o bolsonarismo.
Guilherme Boulos, o político de proveta do PSOL, chegou a recorrer ao movimento pelas Diretas, Já! para justificar a formação dessa frente com a direita. Foi feito de tudo para se emplacar Ciro Gomes ou João Dória, o ex-governador tucano de São Paulo que se elegeu utilizando o nome de “Bolsodória”.
Nesse esforço do PSOL de colocar a esquerda a serviço da direita, não faltou nem parlamentar do partido, como Isa Penna, participando de evento na Paulista, em frente ao MASP, com direito a MBL, Tabata Amaral e Bolsodória.
A tentativa, fracassou, a base trabalhadora, a ala mais combativa, não queria saber de apoiar seus carrascos. Ao ponto de Ciro Gomes, convidado contra a vontade da militância de esquerda de participar de um ato, ter sido vaiado tão estrondosamente e se ver obrigado a sair apressado do evento.
Todo esse barulho agora
O PSOL demorou todo esse tempo para pedir o Fora, Bolsonaro, que, não por acaso, coincide com os ataques que a Globo faz a seu desafeto. O que demonstra que toda essa coragem repentina do partido tem um motivo.
Quem está de fato atrás de Bolsonaro são a Globo e Alexandre de Moraes, vulgo “Xandão do STF”, o homem indicado por Temer para o posto. O PSOL está apenas fazendo barulho para ver se sai na foto.
Na hora de enfrentar a extrema-direita, Jean Wyllys saiu do Brasil. Guilherme Boulos, quando se expulsava os fascistas das ruas, negociou por fora do movimento com a polícia um rodízio para a utilização da avenida Paulista, local tradicional da esquerda. Por ele, todos os atos passariam a ser no Largo da Batata.
O PSOL, que não teve coragem de convocar os trabalhadores para enfrentar a extrema-direita, fica vergonhosamente na torcida aplaudindo um pequeno ditador que, por sinal, também não tem coragem de enfrentar gente grande. O negócio dele e é perseguir partidos minoritários de esquerda, indivíduos, como o apresentador Monark, ou políticos secundários.
Enquanto Bolsonaro esteve na presidência, Alexandre de Moraes não fez absolutamente nada contra. Aliás, devemos lembrar que a famosa ‘PEC da Bondade’, que permitiu que Jair Bolsonaro distribuísse dinheiro em ano eleitoral, o que é totalmente inconstitucional, passou em brancas nuvens. O STF e o famoso ministro poderiam ter simplesmente barrado a medida julgando declarando sua inconstitucionalidade. É para isso que serve o STF.
Houve uma série de denúncias de patrões ameaçando seus funcionários com demissão, caso não votassem em Bolsonaro. O que o “Xandão” fez?
Fique em casa
Durante a pandemia de Covid-19, quando o governo se omitia criminosamente de cuidar da população, o PSOL fez a campanha do “Fique em casa”, quando centenas de milhares de trabalhadores não tinham essa opção, eram obrigados a trabalhar.
O PSOL não chamou o povo para as ruas para exigir testagem e vacina, quebra de patentes, nada! O negócio foi ficar embaixo da cama, ou em cima do sofá, lacrando e tuitando na internet.
Para surpresa de ninguém, o PSOL saiu às ruas em campanha eleitoral em 2020, sem se importar com a Covid. A pandemia só serviu de desculpa para não lutar contra Bolsonaro. Terminadas as eleições, o PSOL voltou para o aconchego do lar e deixou presidente nadando de braçada.
Para que serve o PSOL?
Que tipo de esquerda é essa que precisa da bênção da burguesia para lutar contra a extrema-direita? Não é à toa o apoio dado a Gabriel Boric, o presidente fantoche chileno, que só faz aquilo que Washington manda.
Gabriel Boric, subserviente, não tem coragem de tirar da cadeia presos políticos, pessoas que lutaram conta o governo fascista de Piñera, mas fica muito à vontade para criticar a Venezuela e seu presidente, Nicolás Maduro. Quanto ao criminoso embargo econômico que impede até a entrada de remédios no país vizinho, nem um único pio. Sua aproximação com o PSOL não é ocasional, trata-se de afinidade.
Um partido que virou uma espécie de torcida do STF, umas das instituições mais reacionárias do Estado burguês, não tem motivo para existir, deveria deixar o caminho aberto para o PSDB, que defende abertamente o programa da burguesia.