Em reunião recente de sua Direção Nacional, o Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) publicou, no dia 25 de novembro, uma “resolução da conjuntura nacional” em que apresenta a “luta contra o colapso ambiental” como questão central. Entre uma série de fórmulas genéricas e demagógicas, o partido nos brinda com a seguinte reivindicação programática: “o processo de transição energética deve
substituir de forma gradual e definitiva o uso de combustíveis fósseis por energia renovável”.
Trocando em miúdos, o PSOL considera como um problema central na atual luta política abandonar o petróleo, que é o principal combustível fóssil explorado no Brasil e no mundo. Já seria absurdo abrir mão do petróleo, que é uma fonte de riqueza mundial, por uma mera questão moral. Isto é, substituir o desenvolvimento de um País por uma concepção moral, que é a de que o meio ambiente deveria ser “preservado” – ainda que seja plenamente possível explorar o petróleo sem causar grandes danos ao meio ambiente.
O que torna a posição do PSOL verdadeiramente criminosa é que o petróleo brasileiro não é um mero acessório na economia do País. Recentemente, o petróleo se tornou o segundo principal produto exportado pelo Brasil, atrás somente da soja. Em 2022, as exportações de óleos brutos de petróleo alcançaram US$ 42,5 bilhões – um valor recorde – e representaram 12,7% de tudo o que o Brasil negociou para o exterior. Planejar o abandono do petróleo significa, portanto, em um País pobre, abandonar mais de 10% de sua produção econômica.
Mas não é só isso. Tudo indica que o Brasil tenha, na verdade, a maior reserva de petróleo do planeta. Apenas na região do Pré-Sal, é possível que haja 206 bilhões de barris de petróleo, o que é superior à reserva da Venezuela, hoje detentora da maior quantidade de petróleo no mundo. Neste sentido, abandonar o petróleo corresponde precisamente em abandonar o mais importante projeto para o desenvolvimento da economia brasileira.
Ao propor a substituição dos combustíveis fósseis, o PSOL está ignorando por completo que países como a Arábia Saudita e o Catar, que são muito mais desindustrializados que o Brasil, estão sendo capazes de se desenvolver rapidamente graças à riqueza do “ouro negro”. Está, portanto, condenando a população à miséria.
Não se trata de nenhum exagero. Segundo a publicação “Relevância do Petróleo para o Brasil” do Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ibp) em 2017, “No Brasil 10% não tem acesso a fontes modernas de energia para cozinhar”. Ao mesmo tempo em que a população não tem sequer gás para cozinhar, embaixo do território brasileiro, centenas de bilhões de barris de petróleo. Na Margem Equatorial, onde “ambientalistas” como o PSOL se opõem à exploração de petróleo, o Brasil poderia faturar mais de R$100 bilhões.
No final das contas, a posição do petróleo de “substituição dos combustíveis fósseis” nada mais é que a a defesa dos interesses do imperialismo no que diz respeito às riquezas brasileiras. Isto é, que permaneçam sob o solo enquanto o povo morre de fome.