Recentemente, o PSDB tem passado por uma série de conflitos internos e rachas, com uma divisão entre seus filiados e parlamentares no que diz respeito ao movimento do partido de se tornar cada vez mais direitista.
Após o partido ter declarado apoio a Rogério Marinho, os deputados Aécio Neves e Paulo Abi-Ackel, também de Minas Gerais, teceram críticas a senadores do PSDB que optaram por não apoiar a reeleição do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, do PSD. Em nota, os dois tucanos com histórico de golpistas declararam que a posição dos dois senadores “devem ser compreendidas muito mais como manifestações pessoais do que como posição partidária”.
Disseram ainda que “Não há razão lógica e muito menos política, para que o PSDB deixe de apoiar a reeleição do senador Rodrigo Pacheco que, além de ter exercido com seriedade e equilíbrio o seu primeiro mandato, é um aliado político tradicional do PSDB em Minas Gerais”.
Com a ida de Mara Gabrilli, de São Paulo, para o PSD, o PSDB ficará apenas com três senadores na legislatura que começa em fevereiro. Fato que demonstra verdadeiro derretimento do partido frente à dura luta travada pelo Partido dos Trabalhadores e do Partido da Causa Operária ao longo de todos os últimos anos contra o tucanato, além de demonstrar a desconfiança do povo trabalhador para com o partido e sua incapacidade de lidar com as contradições políticas e reposicionamentos da burguesia.
Os senadores Izalci Lucas, do Distrito Federal, e Alessandro Vieira, do Sergipe, declararam voto no senador eleito Rogério Marinho, candidato apoiado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e principal rival de Pacheco na disputa. Já o senador Plínio Valério, do Amazonas, disse que vai apoiar Eduardo Girão, do PODEMOS, no Ceará, candidato que corre por fora.
Pacheco, que é apoiado por Lula, mobiliza a base para garantir a reeleição do senador do PSD. Da mesma forma, Bolsonaro se envolveu pessoalmente na candidatura de Marinho, declarando apoio e buscando mobilizar seus aliados em defesa de Marinho.
A declaração de Eduardo Leite, o Bolsogay, explica bem a crise. O PSDB não pode ser o governo contra o governo, tem que ser a favor de alguma coisa.
A conclusão objetiva da confusa movimentação e dos rachas recentes do PSDB é que a vida de Lula no Congresso será difícil. O PSDB, partido direitista e cada vez mais bolsonarista, não vai dar folga para o governo Lula nem por um momento sequer.
A burguesia aplaude cada vez mais o bolsonarismo, por ver que o bolsonarismo é a força política da vez capaz de fazer a frente mais efetiva contra Lula. Elemento que faz com que a política vacilante do PSDB o leve para a direita e para o bolsonarismo cada vez mais.
O bolsonarismo, por sua vez, cada vez mais se mobiliza contra o PT. Perigoso sinal de um alinhamento de forças golpistas, que só poderão ser derrotadas com a ampla mobilização das massas populares em prol de Lula.