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Vigilância

Programa do Pentágono rastreia quem falar mal de seus generais

O Escritório de Serviços Protetivos expandiu seu escopo de atuação para identificar nas redes sociais a manifestação de sentimentos negativos em relação aos seus funcionários

O Departamento de Defesa dos Estados Unidos (DOD), mais conhecido como Pentágono (local onde fica seu quartel-general), aprofunda a vigilância sobre os cidadãos norte-americanos e a população mundial. Assim denuncia o jornal The Intercept.

Conforme documento de aquisições do exército dos Estados Unidos, datado do dia 1º de setembro de 2022, o seu Escritório de Serviços Protetivos – PSIFO (uma espécie de serviço secreto voltado à proteção do alto comando do Pentágono) expandiu seu escopo de atuação para incluir o monitoramento específico das redes sociais em busca de ameaças diretas, indiretas, veladas e, inclusive, identificar a manifestação de sentimentos negativos em relação aos quadros do Departamento de Defesa, em especial o seu alto comando.

Originalmente criado para proteger os agentes do Pentágono contra tentativas de assassinato, sequestro, agressões e constrangimentos, no referido documento de aquisições do exército consta que o PSIFO estava em busca de “um software de código aberto com capacidade para coletar informações disponíveis publicamente“, que proviesse “um serviço confiável de mitigação de ameaças nas redes sociais“. Ainda segundo o documento, o programa deveria garantir o anonimato dos agentes, de forma que não pudessem ser identificados em sua missão de coleta de informações. Isto seria feito mascarando a localização do agente, redirecionando-a para outros países.

Conforme o documento, o programa deveria fornecer acesso à corrente de dados do Twitter, permitindo ao exército monitoramento irrestrito dos usuários da rede social e de suas publicações. O mesmo deveria ser feito em relação a outras redes e sítios, como 4Chan, Reddit, YouTube, Vk, Discord e Telegram.

Mas o programa não se limitaria às informações decorrentes das redes sociais. Deveria incluir também quaisquer dados públicos e não públicos, advindos de câmeras privadas e públicas, estações de rádio, de TV, informações hackeadas e webcams.  

Ademais disto, essa forma de monitoramento deveria ser combinada com o rastreamento quase exato da localização das postagens ofensivas aos agentes do Pentágono, o que seria feito através da técnica de delimitação geográfica.

Segundo consta do próprio documento, “Este é um requerimento do PSIFO/PIB – Escritório de Serviços Protetivos/Filial da Inteligência Protetiva – com a finalidade de prover serviços protetivos globais para o alto oficialato do Departamento de Defesa (DoD), e segurança adequada a fim de mitigar ameaças online (diretas, indiretas e veladas), de identificar contas fraudulentas e sentimentos positivos ou negativos, referentes em especial aos agentes de alto risco”.

Embora ainda não se saiba o nome específico do programa, o contrato para seu fornecimento foi firmado com a empresa SEWP Solutions LLC.

Trata-se de uma prova do caráter totalitário do Estado norte-americano, que busca exercer um monitoramento e vigilância quase que onipresente e onisciente sobre seus cidadãos e sobre a população mundial. Algo digno de 1984, de Orwell, porém mais sofisticado e encoberto.

Nesse sentido, cumpre relembrar as denúncias e a disponibilização de documentos sigilosos da Agência de Segurança Nacional dos EUA (NSA) feitas por Edward Snowden em 2013, mostrando a extensão da vigilância feita pelas agências de inteligência norte-americanas. Com o escândalo, revelou-se que até mesmo chefes de Estado eram monitorados, tais como a ex-presidenta Dilma Rousseff. Pelas denúncias, Snowden foi perseguido pelo imperialismo, tendo que se exilar na Rússia, onde se encontra até hoje.

Dez anos se passaram e, embora as denúncias de Snowden tenham sido de grande valia para expor a ditadura totalitária do imperialismo, esta não só permanece, como continua se aprofundando.

As recentes políticas referentes ao combate às “fake news” fazem parte desse cenário de aumento da vigilância para fins de censura.

Tais políticas são vistas não apenas nos países imperialistas, mas também nos países oprimidos, em especial no Brasil, onde seguem a todo vapor, com o aval e atuação ativa das instituições do Estado, em especial do Ministério da Justiça (encabeçado por Flavio Dino) e do Supremo Tribunal Federal.

A farsa da luta contra a desinformação pavimenta o caminho para que o Estado burguês seja convertido com relativa facilidade em um Estado fascista quando a burguesia sentir a necessidade.

Portanto, é fundamental que o aprofundamento da vigilância seja extensivamente denunciado e exposto, e que as políticas de combate às “fake news” sejam contrapostas com uma ampla mobilização popular a favor dos direitos democráticos básicos, como a irrestrita liberdade de expressão.

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