Oito meses após a manifestação dos bolsonaristas ocorrida em Brasília, no 8 de janeiro, o Supremo Tribunal Federal (STF) começa o julgamento dos réus na próxima quarta-feira (13). Manifestantes de São Paulo e do Paraná deverão ser ouvidos pela instância máxima do judiciário brasileiro, tendo contra si acusações formalizadas pela PGR (Procuradoria-Geral da República), de crimes de associação criminosa armada, abolição violenta do Estado democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e também grave ameaça.
A ministra Rosa Weber é esperada para presidir o julgamento. Famosa pela declaração tornada um aforismo da ditadura judicial brasileira, Weber condenou o ex-parlamentar e ex-ministro da Casa Civil do primeiro governo Lula, José Dirceu (PT) sob os termos: “Não tenho prova cabal contra Dirceu, mas vou condená-lo porque a literatura jurídica me permite.”
A frase serviu para justificar a condenação do então deputado petista, deixando claro que não são os fatos e nem leis que orientam sua atuação, mas o sabor dos interesses que dominam o STF e que de maneira alguma confundem-se com os anseios do povo. Transcorridos 11 anos desde que o voto acima fora proferido, o STF apenas acentuou seu caráter arbitrário, não deixando dúvidas de que tampouco no julgamento que se inicia, a lei será um aspecto menor nas considerações da instância máxima da justiça brasileira.