O presidente da República Democrática do Congo, Felix Tshisekedi, solicitou à ONU a retirada urgente das forças de manutenção da paz, conhecidas como Monusco, que estão no país há mais de duas décadas. A título de conhecimento, Monusco é abreviação de “Missão de Estabilização da Organização das Nações Unidas na República Democrática de Congo”.
Para o presidente congolês “é hora de o país se tornar o principal provedor de estabilidade”, afirma.
No mês passado, cerca de 48 manifestantes foram mortos e 78 feridos em Goma, no leste, capital da província de Kivu do Norte, durante a repressão violenta de uma manifestação contra as operações de paz das Nações Unidas. No entanto, uma coligação de organizações juvenis do país estima que o número de mortes seja maior que 100.
Na última quarta (22), Tshisekedi, ao solicitar à Assembleia Geral da ONU a retirada das tropas da região, afirmou: “É altura de o nosso país assumir o controle total do seu destino e tornar-se o principal ator da sua própria estabilidade”.
Pelo visto a Monusco não cumpriu com a sua função, tal como controlar conflitos armados, proteger civis e combater a insegurança no leste do país, onde grupos armados competem por território e recursos. Os manifestantes denunciaram que a Missão não protegeu os habitantes locais de décadas de violência das milícias, pelo contrário.
Ultimamente, na luta anti-imperialista alavancada na África, centenas de manifestantes foram assassinados durante protestos contra a presença de tropas imperialistas no país. As manifestações da população fazem parte da luta política e são fundamentais para o fortalecimento do movimento nacionalista que irrompeu na África contra as forças imperialistas.
Além de ser uma reação à crescente rejeição popular ao imperialismo instalado no país, a posição do presidente Felix Tshisekedi busca evitar que a população se volte contra o governo a ponto de sofrer um golpe.