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Ecologia

Preocupação ecológica só serve contra os pobres

Nesta última semana, houve repercussão internacional acerca do relatório da Agência de Internacional de Energia Atômica (AIEA) ao plano japonês de descarte de águas com contaminaçã

Na última semana, houve repercussão internacional acerca do relatório da Agência de Internacional de Energia Atômica (AIEA) ao plano japonês de descarte de águas com contaminação radioativa. O Japão pretende descartar águas residuais, contaminadas no processo de produção elétrico da usina de Fukushima e de testes de armas nucleares nos oceanos.

Qual é o plano?

Basicamente o governo japonês pretende utilizar um método do Sistema Avançado de Processamento de Líquidos (ALPS), para filtrar as águas residuais. Após esse procedimento os resíduos líquidos seriam despejados no oceano, reduzindo custos e contaminação em solo japonês.

Entretanto, ocorre que mesmo após o tratamento ALPS, 70% das águas residuais continuam apresentando contaminação superior ao estabelecido como seguro pela AIEA. Temos que salientar que mesmo esse limite considerado seguro, com dose de exposição de 1 miliSievert por ano, pode representar risco à saúde, ocasionando danos à porcentagem da população exposta.

Para reduzir a contaminação do percentual não seguro no padrão AIEA, foi considerada uma segunda etapa de ALPS. O problema é que estes resíduos contêm alta variedade de sais, resultando em alta variedade de nuclídeos radioativos, dos quais apenas 29 são monitorados pela Tokyo Electric Power Company (TEPCO).

Essa contaminação complexa interfere no funcionamento dos equipamentos de tratamento, que somada aos problemas de manutenção torna o procedimento inseguro. No conjunto o processo proposto pelo governo japonês não teve sua eficácia demonstrada, mas é altamente inseguro.

Segundo Wei Fangxin, pesquisador do Centro de Segurança Nuclear e Radiação do Ministério de Ecologia e Meio Ambiente: “A longo prazo, as pessoas nos países e regiões vizinhas ao Japão serão, sem dúvida, afetadas adversamente pelo despejo de águas residuais contaminadas por armas nucleares. Independentemente de quão pequena seja a radioatividade das águas residuais contaminadas, ainda apresenta certos riscos.”

Como foi o relatório?

O relatório foi apresentado pela AIEA no dia 4 de julho, trazendo controvérsias, anteriores à sua divulgação. Que partem da metodologia adotada a imparcialidade do órgão nas questões de interesses do imperialismo japonês.

A primeira questão metodológica apontada pelos críticos é que nesse tipo de avaliação geralmente são propostas diversas soluções, onde se avalia a mais viável sob diversos aspectos. Todavia, nesta avaliação o governo japonês apresentou apenas uma solução, que mesmo que fosse realmente viável, não implicaria em melhor solução.

Outro problema metodológico foi o unverso das amostras utilizadas, as mesmas foram colhidas unilateralmente pelo Japão, com independência e representatividade extremamente deficientes. Em resumo, o cenário pode ser mais agudo do que o expresso no relatório, com eficienca inferior a 30%, segundo Deng Ge, Secretário-Geral da Autoridade de Energia Atômica da China (CAEA), não seria a primeira vez que a TEPCO oculta e adulterar dados sobre contaminação nuclear.

Quanto a imparcialidade da AIEA no relativo aos assuntos de interesse do imperialismo japonês, as alegações mais fortes são as seguintes: Primeiro, o governo japonês há décadas vem colocando à disposição um número considerável de servidores na AIEA, guardando significativa influência no órgão.

“O governo japonês é ativo nessa questão e apóia financeiramente o envio de especialistas ou consultores para servir ou prestar serviços à AIEA. Do ponto de vista da AIEA, desfrutar de serviços profissionais gratuitos é certamente bem-vindo. Da perspectiva do Japão, ela expande sua influência e poder de discurso dentro da AIEA por meio dessa abordagem”. Denunciou um especialista anônimo a Global Times.

O segundo apontamento acerca da parcialidade da AIEA, foi a denúncia na imprensa sul-coreana de uma doação do governo japonês à AIEA no montante de US$ 1,1 milhão. A doação foi negada pelas partes, mas a parcialidade da AIEA é clara.

Ecologia ou demagogia imperialista

No último período, entre tantos eventos, vimos o imperialismo alemão colocar a baixo e queimar uma floresta centenária para atender sua demanda energética. Presenciamos a demagogia dos monopólios em todo o mundo.

A mesma França que em 2017 fez demagogia encerrando a exploração de gás e petróleo em seu território, para garantir uma reserva energética. Ameaça indígenas e derruba floresta amazônica no Peru para explorar suas jazidas.

No Brasil os agentes do imperialismo tentam impedir a perfuração de um poço na Bacia da Foz amazônica, para evitar a improvável poluição. Ignoram a melhora nas condições de vida que essa exploração ocasionaria e o alto padrão de segurança da Petrobras.

Entretanto, esses mesmos agentes do imperialismo ficam calados perante o clima proposto pelo Japão.

O descarte proposto pelo Japão não se trata de uma possibilidade, mas de uma ameaça real à saúde de toda a população altamente dependente daquele oceano. Podendo se caracterizar como um gigantesco problema econômico e de saúde pública para os países da região.

A ameaça é tamanha que ocasionou a da China continental com a Região Administrativa Especial de Hong Kong (HKSAR) na crítica à proposta. O desenvolvimento dessa política com certeza onera a população mais pobre, podendo ocasionar uma crise alimentar.

A política imperialista é clara, lucro acima de tudo, preocupações  ecológicas apenas para os pobres. Para o imperialismo a classe trabalhadora não usufrui das riquezas naturais.

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