A imprensa capitalista e pró imperialista está numa campanha sistemática e cínica em relação ao prêmio Nobel da paz que foi agraciado, pelos imperialistas, a uma iraniana. É claro que o mote da campanha não poderia ser outro que não fosse a política identitária em defesa das mulheres.
O reacionário periódico do Estadão traz uma matéria que caracteriza a premiação para uma pessoa de coragem e que se encontra “presa por lutar contra a opressão da teocracia iraniana”, uma verdadeira farsa e de total manipulação, para aumentar a propaganda contra um país que se levantou contra os desmandos dos países imperialistas, principalmente o norte-americano.
A campanha imperialista contra o governo iraniano através da premiação do Nobel que, cinicamente propagandeia que se trata de um “combate à opressão das iranianas e em sua luta para promover os direitos humanos e a liberdade para todos”, é um verdadeiro escárnio quando estamos vendo as atrocidades do governo de Israel, apoiado pelos países imperialistas, nos conflitos que estão acontecendo na Faixa de Gaza onde o exército israelense, armado até dos dentes está massacrando e matando não só as mulheres, mas crianças, idosos e toda a população.
E aí, cadê os identitários nesse caso? O que eles acham do fato de uma população branca de olhos azuis invadirem um país no Oriente Médio no qual eles nunca tiveram morada, e começaram a expulsar os morenos e escuros de lá? É um verdadeiro estelionato político.
A campanha imperialista do Nobel da paz para uma iraniana é a mesma utilizada contra as forças do Talibã no Afeganistão que, após a derrota dos norte-americanos iniciaram uma gigantesca campanha de difamação contra o governo afegão se utilizando, da mesma forma, o identitarismo. Que os talibãs seriam horríveis para as mulheres afegãs, um regime de terror, etc. Infelizmente o que se viu foi que essa campanha acabou seduzindo a esquerda pequeno burguesa que repetiu essa campanha e fez coro com o imperialismo contra o Afeganistão e o Talibã. E não pode criticar essa política, pois a pessoa será chamada de “machista, misógino, transfóbico”, o que, na verdade, era para disfarçar o real problema político. Esses setores que fazem esse tipo de capachismo político pró-imperialistas, fazem isso na defesa do pior inimigo das mulheres e dos oprimidos do mundo inteiro, que é o próprio imperialismo, em primeiro lugar o norte-americano. Ou seja, nada poderia ser pior para as mulheres iranianas do que uma ocupação imperialista no seu país.
Lembrando que a pouco tempo, em nome do identitarismo em defesa das mulheres, setores golpistas ligados diretamente ao imperialismo organizou manifestações, protagonizados pelas feministas contra o governo Iraniano. Fica claro como o identitarismo é utilizado para atacar os países atrasados. As mulheres estão sendo usadas para uma campanha contra o governo do Irã. A verdade é que o imperialismo não tem interesse nenhum na defesa da mulher, quer apenas roubar o petróleo dos país, que tem uma das maiores reservas do planeta.
O identitarismo é uma ideologia e uma política liberal burguesa, não de esquerda. Ele é completamente centrado no indivíduo, não nas classes, o que tende a uma total fragmentação da sociedade, facilitando a dominação da burguesia e do imperialismo sobre a população. Além disso, tem como objetivo a ascensão social de uma camada desses setores oprimidos, como forma de cooptá-los à política imperialista. É a “representatividade” e a “visibilidade”.
É preciso opor à falsa defesa das mulheres e das minorias, uma verdadeira defesa desses oprimidos. Trata-se de defender os direitos da maioria desses setores e das suas necessidades essenciais. O fundamental é esclarecer que os problemas não serão resolvidos no regime capitalista, sob o Estado burguês, dominado pelo imperialismo. Só a revolução proletária pode dar uma saída a todos os oprimidos e explorados. Só um governo operário pode dar uma solução verdadeira às massas esmagadas pelo capitalismo.
