A Aliança da Juventude Revolucionária (AJR) organizou uma caravana com companheiros de São Paulo, Brasília, Goiás, Amazonas, Rio de Janeiro e Santa Catarina para participar da 59ª edição do Congresso da União Nacional dos Estudantes (CONUNE). A juventude do PCO, no entanto, tem um longo histórico de críticas à direção da UNE, que é controlada pelo PCdoB, e, por consequência, à própria atuação da UNE.
Por que, então, a AJR participaria de seu congresso? É o que procuramos saber entrevistando Arthur Cesconetto, dirigente nacional da AJR.
A este Diário, Cesconetto começou sua fala criticando duramente a UNE:
“Este CONUNE que está acontecendo, assim como em outras edições, representa em grande medida a decadência do movimento estudantil. E da própria UNE, sob direção da UJS, que já está há mais de 30 anos no controle desta organização e virou uma verdadeira burocracia do movimento estudantil. A UNE está totalmente paralisada e este CONUNE é um reflexo disso”.
Esse problema, segundo o dirigente, afeta até mesmo o caráter das atividades realizadas no Congresso:
“Se você for ver, por exemplo, o pouco que existe de atividades políticas são confusas e até direitista. No primeiro dia, houve um ato em defesa do PL das Fake News, que é uma defesa da política do Xandão, do PSDB etc.”
E o que quer a AJR?
“A AJR defende a reconstrução da UNE pela base. A nossa intervenção nesta atividade não é buscando conseguir alguma coisa do ponto de vista eleitoral, pois a gente não tem ilusões. A gente sabe que isso é um negócio controlado, em grande medida é uma farsa essas eleições. A gente vem aqui justamente para discutir política com a juventude e buscar angariar outros setores, de diferentes regiões do País, para se juntar à gente. Há um grupo que de fato quer mobilizar, quer de fato ter uma política ativa, que pretendemos reunir na AJR essas pessoas cansadas dessa patifaria”.