Por meio de um artigo publicado pelo The New York Times e traduzido por O Estado de S. Paulo – notórios inimigos da resistência armada palestina -, o imperialismo admite sua impotência perante o Hamas e os demais grupos guerrilheiros. Com título “Na Cisjordânia, troca de prisioneiros entre Israel e Hamas aumenta o apoio ao grupo terrorista”, o texto mostra como o acordo de trégua conquistado pelo Hamas está sendo visto pela população da Cisjordânia, onde vigora o poder da Autoridade Palestina.
“O bombardeio de Gaza por Israel e a euforia pela libertação dos prisioneiros aumentaram o apoio ao Hamas na Cisjordânia ocupada por Israel, onde a Autoridade Palestina administra cidades e vilas há duas décadas”, afirma a reportagem.
O motivo é óbvio: a Autoridade Palestina, hoje controlada pela Fatah, é um agente do Estado de Israel no território palestino. A Autoridade Palestina não apenas não se envolveu no conflito contra os sionistas, como efetivamente tem reprimido os próprios palestinos. A traição ao próprio povo é tanta que os Estados Unidos vêm discutindo abertamente a possibilidade de depor o governo do Hamas na Faixa de Gaza e estabelecer um governo da Autoridade Palestina.
O acordo de trégua, que chegou ao fim na semana passada, permitiu que 180 prisioneiros palestinos fossem libertados. E o acordo, por sua vez, só foi possível por causa da iniciativa do Hamas, que tomou reféns israelenses e que vem combatendo, de armas na mão, as tropas de Israel.
O texto do The New York Times fala abertamente sobre a impopularidade da Fatah:
“A Autoridade Palestina – que é controlada pela facção política Fatah – é profundamente impopular e amplamente vista como uma subcontratada da ocupação israelense. As frustrações de longa data com a liderança da autoridade e as acusações de corrupção foram exacerbadas no ano passado por um aumento da violência por parte dos colonos israelenses”.
O artigo ainda explica que não só os habitantes da Cisjordânia são gratos ao Hamas, como, diante do retorno dos bombardeios, veem no grupo a única forma possível de obter proteção:
“Agora, como muitos na Cisjordânia temem que a guerra possa se espalhar para o território ocupado, alguns acreditam que o Hamas e outros grupos armados são os únicos em quem podem confiar para protegê-los”.
A reportagem ainda mostra, a partir do caso concreto de dois jovens, como o tratamento dado pelo Estado de Israel é arbitrário, repleto de torturas a presos e prisões ilegais. O tio de um dos jovens, ao comentar a atitude de Israel, ainda declarou, deixando claro o fracasso dessa política truculenta:
“Israel acha que está suprimindo ou destruindo a resistência. Mas veja o que eles estão fazendo. Eles só estão fortalecendo a resistência”.