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Ucrânia

Política da UP é justamente a política do imperialismo

Se não vão apoiar os EUA, pelo menos não façam nada

Recentemente, o jornal A Verdade (da Unidade Popular – UP) publicou uma matéria afirmando, em linhas gerais, que Vladimir Putin e Joe Biden, presidentes da Rússia e dos Estados Unidos, respectivamente, são “mercenários da burguesia mundial”, do imperialismo. 

Com relação ao primeiro, Joe Biden, não restam dúvidas de que se trata de mais um presidente norte-americano a serviço do imperialismo. É de se destacar que ele se candidatou e foi eleito com apoio de boa parte da esquerda identitária dos EUA e do mundo, que via nele uma oposição esquerdista ao nacionalista Donald Trump. 

O texto inicia a discussão com a seguinte frase: “Por ordem de Vladimir Putin, no dia 24 de fevereiro de 2022, as Forças Armadas da Rússia bombardearam Kiev, capital da Ucrânia, e invadiram o país com 100 mil soldados. A guerra já dura quase 500 dias e, para justificá-la, Putin e a grande burguesia russa vivem repetindo a mentira de que a invasão da Ucrânia tem o objetivo de “desnazistizar” o país e proteger a Rússia das ameaças da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), organização que representa os interesses belicistas da Alemanha, França, Reino Unido e, principalmente, dos EUA”. 

Está tudo correto, tirando o fato de que não é uma mentira. Efetivamente, Zelenski se colocou como um representante perigosíssimo da OTAN naquela região e é um legítimo representante do fascismo que assolou o país, quando sofreu um golpe de Estado, antes mesmo do brasileiro, ainda em 2014. Em razão disso, desde então, o governo russo não reconhece o governo golpista ucraniano. 

Para justificar a posição do jornal, o artigo usa as declarações do líder dos mercenários (Grupo Wagner) no sentido de que a invasão russa na Ucrânia, que, na verdade, é uma medida de defesa, serve para se apropriar dos recursos do país e entregá-los à elite russa, segundo Yevgeny Prigozhin, líder do grupo Wagner. Palavras de um mercenário… 

“Além de desmascarar as mentiras de Putin, o levante do exército de mercenários deixou evidente o acirramento da disputa entre as diversas facções da burguesia russa para repartir a pilhagem da Ucrânia e a crescente insatisfação do povo russo com uma guerra, que já matou mais de 100 mil soldados russos”, continua o texto.

A crise com o grupo Wagner é uma crise quase que de relações diplomáticas, de alguém que está a serviço do governo russo por muito tempo e quer mais vantagens em razão de sua atuação. O perigo, para Putin, é o tamanho do grupo e seu caráter, mensurado mesmo pela crise instaurada, mas de toda sorte não passa disso. O levante foi mais um recado, para que se tenham mais recursos e benesses do governo russo, que, por sua vez, não tem nada a ver com o imperialismo de conjunto. Nem o grupo Wagner (por ora) nem Wladmir Putin.

Por fim, o jornal termina com o petardo ultra-esquerdista já conhecido, o “fora todos”, vejam só: “Enriquecer é o único princípio moral da classe capitalista russa, europeia, estadunidense ou brasileira. Por isso, os partidos verdadeiramente revolucionários devem denunciar cada uma das atrocidades cometidas pelos governos capitalistas e lutar pela derrubada dos bárbaros e sanguinários governos da burguesia em todo o mundo”.

Aqui reside o principal problema dessa esquerda, que é a total falta de caracterização de classe, marxista, dos conflitos em andamento. Seja dentro do próprio país, seja internacionalmente, como caso da invasão da Ucrânia. 

A ideia de que a Rússia faz parte do restrito grupo dos países imperialistas, e, tal qual os Estados Unidos, está no mesmo polo de oposição aos trabalhadores do mundo é um engano total. Basta ver a quantidade de produtos, empresas, canais de televisão russos no Brasil, ou na América Latina, ou mesmo no mundo. 

O fascismo ucraniano foi saudado pela imprensa capitalista como a “Revolução Ucraniana”, e boa parte da esquerda entrou nessa mesma onda. Foi a posição que ajudou o próprio golpe de Estado no Brasil, “fora todos”, esse golpe sim, de interesse completo e absoluto do imperialismo, não da Rússia. 

A posição da UP sobre o conflito na Ucrânia é de uma suposta neutralidade, nem um, nem outro. São todos ruins e o povo não deve defender nenhum dos governos. Essa é a política do imperialismo para a esquerda pequeno-burguesa. Se não vão apoiar os EUA, pelo menos não façam nada.

Se, durante o regime de Bolsonaro, o Brasil fosse invadido pelos norte-americanos, também, nem um, nem outro, e o país estaria agora falando inglês. Ora, em um conflito entre o imperialismo e qualquer outro país, apesar de qualquer característica deste país, o país ofendido pelo imperialismo é que deve ser defendido pelos trabalhadores e suas organizações. O inimigo final do povo trabalhador é o imperialismo, hoje defendido, com guerras em dezenas de países do mundo, pelo governo norte-americano.

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