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O identitarismo ambiental

Política climática: terror e sabotagem ao desenvolvimento

Resposta à "Carta aos amigos desenvolvimentistas" publicada no portal Sumaúma

Num portal denominado Samaúma, em referência a uma das e maiores árvores da floresta Amazônica, foi publicado uma coluna intitulada “Carta aos amigos desenvolvimentistas”, de autoria de Sidarta Ribeiro, que ataca as posições em defesa da exploração do petróleo na margem equatorial do estado do Amazonas. O texto permite compreender bem a ideologia por trás da política defendida pelo imperialismo sob o disfarce da questão climática em fóruns internacionais de seu domínio. Por meio da defesa mística da natureza e da promoção do terror sobre o fim do planeta, busca-se criar um apelo apocalíptico, principalmente nos setores pequeno-burgueses para impor uma sabotagem aos países em desenvolvimento como o Brasil. 

Para Ribeiro, “a cidade é a ruína da floresta”. Essa consequência poderia até mesmo ser interpretada num sentido positivo, de progresso e de superação da vida selvagem, mas, nas palavras de Sidarta, isso seria uma coisa “ruim”. Parece estranho, para não dizer contraditório, que o biólogo advogue contra o tipo de sociedade que lhe garantiu os “belos títulos” de doutor concedido pela Universidade pela Universidade Rockefeller e de pós-doutorado pela Universidade de Duke. Mas é esse o ponto de partida usado para afirmar que se trata de um “equívoco forçar essa exploração [de petróleo na margem equatorial da Amazônia e região Nordeste] à revelia do Ibama, dos povos da floresta e dos interesses planetários na proteção desses biomas”.  

Sem explicar absolutamente nada sobre o tal equívoco e as entidades evocadas como representantes da natureza na Terra, Sidarta busca atacar “argumentos técnicos” que negligenciariam os riscos e que inflariam a imaginação dos “lucros futuros”. Tudo é colocado de maneira muito abstrata, não é possível compreender quais riscos estariam sendo negligenciados, do que se tratam e quais são os “argumentos técnicos” em questão. Nem mesmo se esclarece do que se trata inflar a imaginação e o que seriam os lucros futuros, parece uma tentativa de criar uma ideia de corrupção, de fazer um apelo moral.  

Depois, Ribeiro utiliza questões do Pré-sal como exemplo para justificar que a sociedade não estaria perdendo nada sem a atividade na Margem Equatorial. Isto porque “o povo brasileiro nunca chegou a usufruir dos benefícios” dessa riqueza e também “uma revolução educacional no país” não aconteceu, os lucros teriam ficado com o “oligopólio das mesmas corporações multinacionais que dominam o mercado petrolífero há quase um século” em virtude do golpe de 2016.  

Em outras palavras, o que Sidarta diz é que, se no final a riqueza sempre fica nas mãos dos opressores, o melhor seria lutar para que nenhum recurso mineral seja explorado. Evidentemente que esse não poderia ser o motivo por trás da defesa da a Amazônia como um “santuário”, se trata de uma política de desencorajar por completo a defesa da exploração do petróleo. 

Daí, Ribeiro passa a atacar o próprio petróleo cujo “tempo” já teria passado ignorando os inúmeros coprodutos derivados além dos combustíveis, que inclusive muitos são empregados nas mais diversas áreas de indústrias. Sidarta também não apresenta nenhuma informação que demonstre que existem as condições para que a sociedade abandone a utilização de combustíveis fósseis e a exploração do petróleo. 

A tentativa de desencorajar a atividade petrolífera na Margem Equatorial é um aspecto muito marcante no texto, Sidarta considera que ainda que nunca tivesse acontecido acidentes, que não houvesse lutas ambientais e que não existisse risco algum somente seria possível obter resultados em dez anos. E mesmo assim afirma que seria voltar ao passado, novamente sem qualquer discussão. 

Em suma, o texto traz um apelo contra toda atividade extrativista e industrial pela salvação do planeta (das florestas, manguezais e corais). Além disso, a defesa de que a sociedade deva aprender a viver de “outra maneira”, se libertar da “sedução do dinheiro”. E a questão da poluição oportunamente foi associada ao número de um bilhão de pessoas passam fome no mundo, que por sua vez, buscou-se criar um paralelo ao número de 1,5 bilhão de carros e de 16 bilhões de celulares soterrados. E, dessa forma, concluir que tudo isso está relacionado e resulta do fato das pessoas estarem vivendo “fora da realidade” e imersas em ilusões.  

Se trata de uma tese sem pé e nem cabeça, o que Sidarta Ribeiro está propondo é uma espécie de “sociedade alternativa”, mais precisamente uma religião. Na sua formulação está presente o “bem e o mal”, os dogmas, o pecado e a salvação. Faltaria somente convencer toda a população a aderir a sua “igreja”. Se trata de uma ideia impraticável e ao mesmo tempo absurda, cheia de falhas, mas que ainda assim causa algum impacto em determinados setores da sociedade. 

O mais importante sobretudo é compreender o conteúdo político envolvido na questão ambiental. 

Segundo Ribeiro, a esquerda estaria fazendo coro a imprensa hegemônica ao defender a exploração do petróleo. É possível que Sidarta tenha uma compreensão diferente sobre a imprensa hegemônica, mas o monopólio da imprensa tradicional (O Globo, Estadão e Folha) são justamente os porta-vozes do imperialismo, ou seja, os meios de comunicação que mais difundem a política verde. Apesar da informação bastante controversa, fica demonstrado a intenção de fazer essas ideias, que não são, serem associadas à esquerda.  

Sidarta diz que, caso o Ibama seja desrespeitado, o Brasil cruzaria uma “linha intransponível” e jamais seria uma “liderança ambiental global”. Seja lá o que Ribeiro esteja dizendo exatamente, é preciso ter claro que há uma campanha enorme no entorno dessa questão e que a mesma tem dominado os debates em fóruns internacionais sob o controle do imperialismo. O próprio presidente Lula denunciou as ameaças de sanções por questões desta natureza como forma de pressionar a assinatura do acordo Mercosul-União Europeia com enormes vantagens para o imperialismo. 

Não parece à toa que o nome de Marina Silva apareça, já que se trata da pessoa que mais defendeu que o presidente Lula assinasse o acordo nos moldes ao apresentado durante o governo ilegítimo de Jair Bolsonaro. A ministra do Meio Ambiente é apresentada como crítica à construção da Usina de Belo Monte, a qual é comparada de maneira bastante desproporcional à conspiração que levou a prisão de Lula em 2018. A esquerda desenvolvimentista teria que fazer autocrítica sobre os supostos direitos atropelados, já milhões de pessoas que tiveram acesso à luz elétrica, bem como, o desenvolvimento do setor industrial e comercial em função dessa hidrelétrica, na verdade, seriam coisas muito ruins. Maria Silva é bastante defensora do atraso do país, até mesmo construções de rodovias estão sofrendo embargo pelo Ibama por questões ambientais. A política que melhor revela de quem se trata essa ministra é a defesa do “Banco Central independente”, uma medida que foi sancionada no governo Bolsonaro e que colocou o controle da economia nas mãos dos banqueiros. Os patrões de Marina são os mesmos que financiam todas as “ONGs Verdes”, se trata do setor mais importante da burguesia no golpe de 2016, que para obter lucros monstruosos garantiram o “Teto dos gastos” que restringe gastos em setores como infraestrutura e saúde. 

Diante destes fatos, pode-se concluir que esses setores não defendem em nada os interesses da população, muito pelo contrário, trabalham em favor dos maiores inimigos do povo. A política ambiental se trata de uma sabotagem aos países em desenvolvimento. Setores verdadeiramente comprometidos com os anseios populares jamais pensariam em abrir mão de recursos indispensáveis impulsionar a industrialização do país e ainda gerar empregos como consequência. O imperialismo quer as riquezas minerais dos países atrasados imobilizadas até que tenha condições de tomar todas para si e ao mesmo tempo evitar que sejam um fator de desenvolvimento. Somente o petróleo pode garantir o desenvolvimento da economia e a elevação condição material de toda população inclusive dos índios e da população amazônica que dizem defender.

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