Enquanto a população enfrenta a fome e vive em condições precárias, os planos de saúde continuam a registrar lucros astronômicos.
Desde sua criação em 1956, o mercado de planos de saúde no Brasil expandiu-se significativamente, contando com o apoio do padrão de financiamento público. Mesmo diante da pandemia do coronavírus, que resultou em aumento do desemprego e crise econômica, as operadoras de planos de saúde continuam operando no azul, contrariando a situação enfrentada pela maioria da população.
Atualmente, apesar da retomada de programas sociais no governo de Lula, a fome e o desemprego persistem como os principais problemas do País. Muitas pessoas, em sua maioria trabalhadores informais, sobrevivem por meio de bicos e outras formas de trabalho análogo.
A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) estipulou um reajuste de 9,63% para os planos de saúde individuais e familiares. No entanto, os contratos coletivos e empresariais por adesão tiveram aumentos mais expressivos, uma vez que não estão sujeitos ao índice da ANS.
Uma pesquisa realizada pelo IBGE entre 2017/2018 revela que as despesas com planos de saúde já representavam 58% dos gastos das famílias brasileiras com serviços de saúde.
Grandes empresas do setor optaram por retirar os planos individuais ou familiares do mercado, visando obter maiores reajustes. Em comparação com dezembro de 2021, houve um aumento de 1.590.912 usuários. Na comparação entre novembro e dezembro de 2022, o crescimento foi de 239.466 clientes.
Dos mais de 50 milhões de usuários de planos de saúde, 35 milhões possuem contratos coletivos por adesão, de acordo com dados da ANS referentes a junho de 2023. Isso significa que 81% dos beneficiários estão sujeitos a reajustes anuais maiores nos planos de saúde.
O contínuo sucateamento do Sistema Único de Saúde (SUS) é uma consequência que torna a população cada vez mais dependente dos serviços de planos privados, revelando um cenário onde a disparidade entre o acesso à saúde se acentua a cada ano.