Após o jornalista investigativo Seymour Hersh vir a público nessa última quarta-feira, dia 8 de fevereiro, em sua publicação “How America Took Out The Nord Stream Pipeline”, ou “Como a América removeu o gasoduto Nord Stream”, em tradução livre, para expor que os responsáveis pelo ato de sabotagem terrorista que destruiu o gasoduto Nord Stream foram, na verdade, os Estados Unidos, só pudemos ouvir o silêncio estarrecedor da grande imprensa.
Os meios de comunicação da imprensa imperialista, como O Globo, Estado de S. Paulo, Folha de S. Paulo, NYT, Washington Post, WSJ, CNN, FoxNews, BBC, The Independent, Telegraph, The Economist, Financial Times ou Le Monde, se mantiveram em absoluto silêncio sobre o ataque deliberado dos Estados Unidos contra aquilo que era uma importante fonte de capitais para a Rússia e uma importante fonte de energia para a Europa Ocidental.
A destruição do gasoduto, que se deu em setembro de 2022, teve sua notícia circulada na imprensa como se tivesse sido realizado pela própria Rússia. Afirmação não fazia sentido. Por que a Rússia destruiria uma obra que é extremamente lucrativa para si própria, o meio que utiliza para vender gás aos demais países da Europa?
Seymour Hersh desmente todas essas acusações em seu artigo. Afirma que “Em junho do ano passado, mergulhadores da Marinha [dos EUA], operando sob a cobertura de um exercício da OTAN amplamente divulgado no meio do verão [europeu], conhecido como BALTOPS 22, plantaram os explosivos acionados remotamente que, três meses depois, destruíram três dos quatro gasodutos Nord Stream, de acordo com uma fonte com conhecimento direto do planejamento operacional”, escreveu Hersh.
Hersh declara também que a motivação dos atentados foi justamente a construção de um segundo gasoduto, o Nord Stream 2, obra que aumentaria ainda mais os lucros da Rússia.
“Os temores políticos dos Estados Unidos eram reais: [Vladimir] Putin teria agora uma importante fonte de renda adicional e muito necessária, e a Alemanha e o restante da Europa se tornariam viciados em gás natural de baixo custo fornecido pela Rússia”, disse Hersh.
Quando a equipe do Diário Causa Operária foi procurar na imprensa sinais de manifestações sobre os ataques e as revelações de Seymour, se deparou com algo verdadeiramente curioso: Quem noticiou o artigo foram os meios de comunicação “alternativos”, de países que não estão 100% sob a órbita dos Estados Unidos da América como, por exemplo, o jornal Al Jazeera, do Catar, o South China Morning Post, da China, o Telesur, da Venezuela, Sputnik, da Rússia etc.
O que podemos extrair desse fato é que estão querendo esconder as declarações de Seymour Hersh. Usar uma velha tática para transformar apontamentos reais em mera teoria da conspiração aos olhos da imprensa imperialista. A tentativa de proteger seu patrão, o governo dos Estados Unidos, nos grandes meios de comunicação tem um claro objetivo político. Se fossem realmente os russos que tivessem explodido os gasodutos Nord Stream 1 e Nord Stream 2, isso já seria manchete em todos os jornais do mundo e serviria mais do que um ótimo pretexto para ações mais pesadas contra a Rússia.