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PIA E O IDENTARISMO

Pia na porta de saída

A permanência da técnica sueca Pia Sundhage no comando da seleção brasileira feminina não pode ser definida pelo identitarismo mais tosco e nem pelo imperialismo europeu

Pia Sundhage e Marta

A indicação de uma técnica estrangeira para a Seleção é uma prova de que existe um ataque coordenado contra o futebol brasileiro. Pia Sundhage, a técnica sueca, foi um grande fiasco, por isso já está, digamos, com as malas prontas.

A grande imprensa e seus comentaristas de aluguel não param um minuto de falar que a salvação da lavoura é trazermos técnicos estrangeiros, pois o futebol bom é aquele jogado na Europa. A Copa do Mundo no Catar provou que o futebol europeu não é nada sem a presença de jogadores de outros países, especialmente do Brasil.

O jogo burocrático e tático da Espanha, por exemplo, não deu em nada. A Itália não se classifica por duas copas consecutivas. Ora, onde está a competência dos técnicos estrangeiros? As seleções europeias, recheadas de jogadores naturalizados, quando conseguem avançar na competição é porque conta com a boa vontade da arbitragem.

Apesar de todas as evidências, o que mais se fala é da necessidade dos tais técnicos estrangeiros. Está aí o resultado.

Identitarismo

Um dos elementos de pressão para se colocar uma técnica estrangeira na seleção feminina é o identitarismo. Como o time é formado por mulheres, a direção do time teria que ficar a encargo de uma mulher, pois as mulheres precisam ser alçadas a “posições de mando e de poder” para lutar contra o “patriarcado”, as desigualdades etc. Deu no que deu.

Uma mulher pode ser boa técnica de futebol? É óbvio. Porém, por ser um esporte tradicionalmente praticado por homens, a oferta de bons técnicos pesa justamente para esse lado. 

Os times europeus e dos países ricos estão mais adiantados que o Brasil no futebol feminino, porque investem há tempos. Se queremos melhorar nosso desempenho, temos que oferecer o que há de melhor no País, como a estrutura dos grandes clubes.

Seria muito melhor colocarmos os melhores técnicos e agregar à equipe técnica mulheres que usariam a experiência para ser formarem, o mesmo que acontece com os homens.

Teríamos que ter incentivo com as ligas inferiores, campeonatos de futebol na várzea, nas escolas. Isso é que vai fazer o futebol feminino se desenvolver, não a demagogia identitária. O identitarismo em grande parte do mundo passou a ser uma “exigência” em todas as instâncias públicas, principalmente para esquerda.

O exemplo do vôlei

As seleções brasileiras de voleibol têm resultados impressionantes em competições mundiais. Os técnicos no Brasil, são principalmente homens, no mundo existem mulheres técnicas muito vencedoras, mas elas fazem parte de uma tradição no esporte.

É claro que a pressão econômica sobre o voleibol não é a mesma do futebol, o esporte mais popular do mundo. Caso o fosse, não podemos duvidar que haveria toda uma grande campanha para se colocar uma mulher como técnica, pois os países ricos querem dominar o mercado e lucrar. E o lucro é maior justamente quando esses países vencem.

Sabotagem

O que as grandes empresas estão fazendo é sabotar o futebol brasileiro, por isso tentam nos impor técnicos estrangeiros. Para a seleção masculina estão pressionando para que tragam Carlo Ancelotti, técnico do Real Madrid. Um técnico que só vem atuando em times multimilionários e por isso coleciona títulos.

No futebol feminino, fizemos essa experiência com Pia Sundhage. O fato de ser mulher e estrangeira impedem que seja logo demitida. O problema é que vão continuar as pressões identitárias. Se for assim, que se coloque Marta como técnica. Pelo menos é uma pessoa que já mostrou dentro de campo que entende de futebol e vai vestir a nossa camisa.

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