O petróleo ao longo do século 20, se tornou o motor da indústria e o centro das disputas geopolíticas em todo mundo. Após a Segunda Guerra Mundial, despertou em muitos países a necessidade de pesquisar e explorar, seja em terra como também em alto mar, o denominado “ouro negro” que enriqueceu dinastias árabes. Diversas disputas políticas com golpes de Estado e guerras foram articuladas a partir da necessidade de obtenção do controle do petróleo como matéria prima.
As aplicações do petróleo na indústria são inúmeras, para muito além do ramo de combustível, uma matéria-prima cujos derivados são imprescindíveis na produção de uma série de mercadorias básicas. Até hoje, o emprego do petróleo é insubstituível para muitos dos componentes eletrônicos em computadores. A indústria do plástico, da tinta e uma centena de outras dependem petróleo.
As disputas políticas e os interesses econômicos cresceram muito no pós segunda guerra. Em 1960, os maiores produtores de petróleo do mundo na época formaram uma poderosa organização denominada de OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo). Na década seguinte, já no início dos anos 1970 e até o final da mesma década, incomodariam muito o imperialismo com o aumento dos preços da matéria-prima mais desejada do planeta.
No caso do Brasil, o segundo governo de Getúlio Vargas em 1951, desta vez eleito pelo voto popular, trouxe consigo a necessidade do país investir na pesquisa de petróleo em seu território. Essa discussão já existia há muito tempo, mais foi do governo Vargas, que ascendeu apoiado na mobilização popular, a responsabilidade da criação da empresa estatal de pesquisa e exploração do petróleo. A pressão popular por questões nacionalista em defesa dos interesses do povo, passa a ser atendida por Vargas, que enfrenta a burguesia nacional controlada pelo imperialismo e inaugura a Petrobrás em 1953.
Dessa forma, se ascendeu o farol da necessidade da sua derrubada de Vargas, que a partir de então enfrentou uma campanha difamatória com retórica golpista, que rondou o gabinete presidencial com empresários, parlamentares, meios de comunicação tradicionais e militares. Essa foi a razão principal para a decisão de tirar sua própria vida em 24 de agosto de 1954. Nas primeiras duas décadas, a exploração de petróleo pela Petrobrás, hoje a maior empresa nacional, ocorreu pela via terrestre. No início da década de 1970, a exploração do petróleo nas bacias marítimas e em águas profundas se potencializaram, atualmente a Petrobrás é a empresa que detém a maior tecnologia desse tipo de exploração no mundo.
A Noruega também descobriu no início da década de 1970, uma riqueza petrolífera nas suas bacias marítimas e desde então as explora com planejamento estatal, o que fez mais que quadruplicar o produto interno bruto do país e desenvolver a estrutura da sua economia com distribuição de renda. Décadas mais tarde, já na entrada da terceira década do século 21, o caso da Guiana Inglesa chama a atenção mais uma vez em relação a exploração do petróleo numa região ao lado da margem equatorial brasileira e que promete ser uma descoberta das mais importantes desse século em termos de potencial petrolífero.
O bloco Stabroek da Guiana Inglesa apresentou um surpreendente salto em termos potenciais de produtividade recentemente e indica que do lado brasileiro, próximo à margem equatorial que vai do Amapá até a quina direita do nordeste brasileiro, um potencial petrolífero provavelmente muito maior que as descobertas do Pré-Sal no período entre o primeiro e o segundo mandatos do presidente Lula. A capacidade dessas bacias petrolíferas são gigantescas e a pesquisa científica, acerca dessa possibilidade enorme de comprovação da existência de quantidades extraordinárias de petróleo, precisa ocorrer imediatamente.
O governo Lula precisa tomar a frente desse processo, exigir politicamente que o IBAMA libere as áreas para a pesquisa da Petrobrás e assim se comprove todo esse potencial energético do petróleo. Diante do salto econômico da Guiana Inglesa em função da exploração do petróleo, um país gigantesco como o Brasil não pode perder a oportunidade de desenvolver a sua infraestrutura e demais forças produtivas do país em função de ditames ambientais do imperialismo.
A atuação ONGs do imperialismo e sua política em defesa do meio ambiente funcionam como verdadeiras camisas de força contra o desenvolvimento nacional de países atrasados, como é o caso do Brasil. Uma nova campanha “O petróleo é nosso!” precisa atingir as massas populares para garantir a soberania nacional.