A volta gradual dos impostos da gasolina decidida nos bastidores do governo Lula, na verdade, não foi uma vitória do ministro da Fazenda Fernando Haddad, como dito na manchete do jornalismo do sitio Brasil247 nesta quarta-feira, 1º de março de 2023. A não ser que possamos admitir que Haddad trabalhe diretamente em favor da política de ajuste fiscal neoliberal em parceria com a “queridinha” da terceira via no interior do governo, Simone Tebet. Além da decisão sinalizar com o cumprimento das metas fiscais; posição sempre defendida pela porta-voz da terceira via e dos “mercados”, Simone Tebet; uma golpista no interior do governo Lula, caminha também, na direção de camuflar a verdadeira causa do aumento dos combustíveis exercido pela Petrobrás; ainda dominada por indivíduos ligados ao bolsonarismo e aos interesses dos mercados financeiros, tanto nacional quanto internacional.
A arrecadação tributária de cerca de 29 bilhões que retornam aos cofres públicos com a volta parcial da cobrança dos impostos sobre os combustíveis, que tanto insiste a dobradinha Haddad e Tebet, na verdade não irão para nenhuma política pública específica; mas, sim, como parte integrante daquilo que chamamos de “superávit primário” (poupança gerada para pagar os juros da dívida pública). O denominado PPI (preço paridade de importação) criado no golpe de 2016 pelo então presidente da Petrobrás Pedro Parente (ex-ministro da Casa Civil de Fernando Henrique Cardoso – FHC) é o verdadeiro “vilão” do aumento brutal dos combustíveis (gasolina, etanos, gás de cozinha, diesel, etc.) e ainda não foi devidamente abordado pelo agora presidente da companhia Jean Paul Prates (senador pelo PT-PI), que além de sócio proprietário de um escritório de advogados (Prates e Associados) possui mais quatro empresas; pelo menos duas delas relacionadas diretamente com a exploração, produção e distribuição de petróleo. O que chama a atenção é a sua relação direta com a consultoria no ramo petrolífero, que praticamente inviabilizaria a condução da Petrobrás pela sua presidência; ainda mais se tratando de um governo de frente popular.
Na esteira de todos esses fatos e acontecimentos, na tarde desta quarta-feira (1º de março) o presidente Lula “rejeitou” a indicação de vários “agentes” do mercado financeiro no futuro conselho da Petrobrás. A assembleia que definiria a indicação dos conselheiros da gigante estatal brasileira já tinha data marcada, até o momento que diversas entidades ligadas ao setor do petróleo denunciaram a manobra envolvendo o atual ministro das Minas e Energia Alexandre Silveira (PSD-MG); que já pertenceu ao governo Lula e ao mesmo tempo foi suplente do senador golpista, historicamente envolvido com o PSDB Antônio Anastasia; que renunciou à vaga ao senado pelo agora PSD-MG, para assumir como ministro do Tribunal de Contas da União (TCU). Com a renúncia ao senado, Silveira assumiu, em 2022, a cadeira de senador da república e agora senta na cadeira confortável do ministério de Minas e Energia do governo Lula.
A manobra revelada na quarta-feira fez com que o governo federal adiasse a assembleia de acionistas que elegerá o conselho de administração da Petrobrás. Anúncio ocorre depois de parlamentares do Centrão e o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), aplicarem um golpe no presidente Lula e mudarem a lista de indicados ao colegiado, substituindo nomes de confiança do governo por pessoas ligadas ao mercado financeiro, segundo matéria do portal Brasil247. Segundo o mesmo portal essa composição pró-mercado foi articulada pelo banco BTG Pactual, na pessoa de Bruno Bianco, advogado que atuou nos governos Temer e Bolsonaro. O objetivo principal seria barrar mudanças na atual política de preços dos combustíveis da Petrobrás.
O Centrão conseguiu colocar na lista do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), seus aliados: Pietro Adamo Sampaio Mendes, presidente do Conselho de Administração, Carlos Eduardo Turchetto Santos, Vitor Eduardo de Almeida Saback e Eugênio Tiago Chagas Cordeiro. Essa grave denúncia confirma que o governo Lula está cercado por bolsonaristas e a terceira via dentro e fora do seu governo a serviço dos representantes do mercado financeiro nacional e o imperialismo de conjunto e nada poderá deter a volúpia desses golpistas a não ser uma enorme mobilização popular com engajamento de toda a sociedade brasileira para defender a soberania do país.