Um artigo publicado pela Folha de S. Paulo, assinado por Nicola Pamplona afirma que “Petrobras chega aos 70 atrasada em renováveis e com restrições para ampliar reservas de petróleo”.
Nesse dia 3, a maior estatal brasileira completou 70 anos. O artigo da Folha mostra que a burguesia mantém a mesma política desde a fundação da empresa e que são 70 anos – na verdade, mais, se considerarmos os antecedentes de sua criação – de ataques e sabotagens contra a empresa e o petróleo nacional.
Se quando Getúlio Vargas fundou a Petrobrás a sabotagem era a de que seria uma loucura o Brasil pensar em ser autosuficiente em petróleo; se antes mesmo da criação da Petrobrás a campanha era a de que quem dizia que o Brasil possuía petróleo estava maluco, agora a campanha apenas muda sua forma.
A campanha atual contra a Petrobrás é a pseudo-ecologia: “atrasada em renováveis”. O que seria isso? O artigo explica:
“A estatal ficou atrasada em relação a seus pares globais, principalmente os europeus, no segmento de energias renováveis. Se desfez, nos últimos governos, das participações que tinha em parques eólicos e deixou em segundo plano seu negócio de biocombustíveis.”
Essa é a maneira empolada de dizer o que Marina Silva falou meses atrás: “a Petrobrás deveria abandonar o petróleo”. No fundo, a matéria expressa uma ideologia difundida pelos países imperialistas que deve ser traduzida exatamente assim: na Europa, fingimos que somos ecológicos, nos países pobres, mandamos nossas petrolíferas para tocar o terror, mas exigimos das petrolíferas desses países que sejam ecológicas”.
Ou seja, a Petrobrás deveria se preocupar com energias renováveis, enquanto o ministério de Marina Silva, através do IBAMA, sabota a exploração de petróleo na margem equatorial. E enquanto isso, os países imperialistas que defendem as energias renováveis, exploram cada gota de petróleo na vizinha Guiana.
Por trás de toda a conversa ecológica está a mesma sabotagem de 70 anos atrás. É o imperialismo esforçando-se para fazer o Brasil abrir mão de suas riquezas para que no futuro, quem sabe, essas riquezas caiam nas mãos dos países imperialistas.
Outra ideia que remete às discussões de 70 anos atrás é a seguinte:
“embora ainda com 13 novas plataformas planejadas até 2027, a Petrobras já vê o pico de produção do pré-sal no fim desta década, com o início de uma curva de declínio nos anos seguintes. E enfrenta cada vez mais dificuldades para renovar suas reservas no país.”
O estatal espera conseguir derrubar a sabotagem do IBAMA para explorar um campo cuja riqueza em petroleo é quase certa. No entanto, a matéria da Folha tenta afirmar que o Brasil já estaria decadente em petróleo. É como se dissesse: “não precisa nem perder tempo pesquisando petróleo, estamos fadados ao fracasso”.
A Petrobrás precisa se preocupar com a pesquisa e exploração do petróleo em primeiro lugar. Em primeiro lugar, o desenvolvimento do país, que significa desenvolvimento para o povo. O resto é conversa fiada.