Centenas de milhares de pessoas participaram nesta quarta-feira (19/07) da jornada de mobilizações convocada pelos diversos movimentos sociais e organizações sociais do Peru para exigir a renúncia da presidente Dina Boluarte, o fechamento do Congresso e a convocação imediata de novas eleições gerais no país.
Os atos se reproduziram em ao menos 38 municípios peruanos e em todos os 25 departamentos (como são chamados os estados no país).
O evento mais importante aconteceu na capital Lima, onde ser reuniram alguns grupos que marcharam por dias desde suas localidades para participar do ato no Centro Histórico, próximo ao Palácio Pizarro, sede do Poder Executivo. Por essa razão, o ato ganhou o nome de “Terceira Tomada de Lima” – as duas marchas anteriores, a primeira e a segunda “tomada” da capital, aconteceram em janeiro e em março deste ano, respectivamente.
Segundo as organizações sociais envolvidas – incluindo a Confederação Geral dos Trabalhadores do Peru (CGTP), maior central sindical do país – mais de cem mil pessoas estiveram presentes nos protestos realizados em Lima e outras dezenas de milhares participaram de diferentes protestos em várias cidades.
Entretanto, o ministro do Interior, Vicente Romero, afirmou no final da tarde que havia “pouco mais de duas mil pessoas” de manifestando na capital do país. Essa cifra foi questionada pela imprensa local pois o próprio Romero reconheceu que mais de 20 mil efetivos policiais e militares foram mobilizados para formar parte do operativo de segurança.
‘Barbie ditadora’
Uma das ações mais inusitadas da jornada foi a de uma jovem peruana, até o momento não identificada, que fez um protesto com alusão à boneca “Barbie”, aproveitando a expectativa criada para a estreia mundial do filme sobre a personagem, nesta quinta-feira (20/07).
Nas primeiras horas da manhã, a manifestante instalou uma enorme caixa de papelão na Praça San Martín, uma das mais icônicas do centro de Lima, emulando a clássica embalagem da boneca, tanto no formato quanto na cor rosa.
A caixa dizia “Barbie Ditadora”. Dentro dela, a jovem estava vestida como a presidente Dina Boluarte, com a faixa presidencial, uma metralhadora e uma pistola, ambas de cor rosa.
A embalagem gigante também tinha avisos como “certificado de impunidade” (em vez de “certificado de qualidade”) e “inclui balas de borracha e (bombas) lacrimogêneas”, além do logotipo dizendo “Matem”, fazendo um trocadilho com o nome da Mattel, empresa fabricante da Barbie.
Além da Praça San Martín, a Praça 2 de Maio é outro dos pontos de maior concentração de manifestantes. Outros lugares onde se apresentaram grande aglomeração foram os arredores do Congresso Nacional, do Teatro Municipal, da Praça Bolívar e da Biblioteca Nacional.
Também participaram do protesto alguns políticos conhecidos, como o ex-presidente Martín Vizcarra (2018-2020), de centro-direita, e a ex-candidata presidencial Verónika Mendoza, de centro-esquerda.
* Com informações de La República e TeleSur.
