No dia 02 deste mês, por meio de assembleia, a categoria representada pelo Sindicato dos Técnicos da Universidade de Brasília (Sintfub), declarou greve após redução salaria imposta aos servidores técnicos em educação superior por Gilmar Mendes. Com uma canetada, o ministro retirou mais de 25% do salário dos trabalhadores TAEs
Vale ressaltar que a administração da UnB, no dia 24 de maio de 2023, sabia do ofício encaminhado pelo STF e, além de não comunicar nada aos servidores, fez com que o processo tramitasse com urgência ímpar na UnB para atender às demandas impostas pelo Supremo.
O comando de greve irá debater, nessas próximas semanas, o rumo da mobilização na UnB e, como tem sido discutido entre os pares, tudo que não for essencial deverá ser parado. Mas o que de fato é essencial dentro do campus universitário? É um debate que gera polêmica.
O que tem que ser dito é que educação não é um serviço essencial. Há forças da direita no Congresso e o próprio STF tentando enquadra a educação como serviço essencial, ação tal entendida como grave ameaça ao direito de greve dos servidores e que ainda não foi votada. Isso seria feito por meio do PL 5594, que insere a educação como serviço essencial, criada pelo partido Novo e de relatoria do partido Republicanos.
Esse PL visa atacar a educação e impedir o direito de greve das instituições. Diante disso, o que tem sido discutido na UnB e que será reforçado nas orientações do comando de greve é que o que deverá ser mantido na universidade serão os serviços de segurança, hospitais, animais e plantas. Ou seja, apenas laboratórios que contenham animais e plantas deverão seguir a cartilha da lei de greve que impõe aos trabalhadores um passivo de 30% dos servidores em escala dentro da universidade.
A assembleia que decretou a greve dos servidores da UnB foi marcada pela decisão de ampla maioria de que a categoria só irá discutir qualquer negociação estando em greve, e greve intensa. Essa decisão acertada mostra o caráter de classe da categoria que entende que somente a negociação com a única moeda de troca dos tralhadores, que é parando o “meio de produção”, serve de parâmetro de peso nas negociações com os patrões, no caso, o Estado Burguês.
O roubo de 26,05% dos salários dos servidores deve ser encarado como um grave ataque. Nenhum direito a menos, nenhum ataque aos trabalhadores, pois somente os trabalhadores unidos diante das agressões contra a classe trabalhadora irão contrabalancear o peso das forças que tentam massacrar e escravizar o povo.
A greve deve ser intensa e em todos os setores para mostrar ao STF e ao ministro Gilmar Mendes o peso de suas ações e o quanto os servidores técnicos são importantes dentro da universidade.