Como massa de pão, que quanto mais bate, mais cresce, o ex-presidente norte americano Donald Trump vem mostrando que não será através das instituições burguesas que seu capital político será diluído. Muito pelo contrário: a cada nova investida contra ele visando impedir sua participação nas próximas eleições dos Estados Unidos, sua popularidade aumenta e seu eleitorado afirma ainda com mais força que o candidato republicano está sendo vítima de uma perseguição política.
A campanha de Donald Trump já havia arrecadado cerca de R$35 milhões (7,1 milhões de dólares) desde a última quinta-feira (24), quando o pré-candidato à presidência se entregou à justiça de Atlanta, na Geórgia, sob acusação de fraude eleitoral, até o fechamento desta edição. Steven Cheung, porta-voz de Trump, disse que, somente na sexta-feira (25), a campanha arrecadou cerca de R$20 milhões, o dia de maior arrecadação até agora.
A maior parte das arrecadações estão vindo da venda de produtos da loja virtual de Trump, que tem vendido camisas, canecas e adesivos com os seguintes dizeres: “Never Surrender” – Nunca se renda – juntamente com a imagem de sua primeira foto policial – “Mugshot” – a qual fez questão de colocar, como se fosse um prêmio, em seu perfil no X – antigo Twitter -, com as frases: “Interferência eleitoral” e “nunca se render”.
Para além da arrecadação de milhões, Donald Trump continua na frente nas pesquisas eleitorais. As primárias do Partido Republicano estão marcadas para 15 de janeiro do próximo ano. De acordo com as pesquisas do FiveThirtyEight, o ex-presidente tem 52% das intenções de voto. O governador da Flórida, Ron DeSantis, aparece na sequência, com 14,7%. O empresário Vivek Ramaswamy e o ex-vice-presidente Mike Pence estão na 3ª e 4ª colocação, com 9,9% e 4,1%, respectivamente. Ou seja, a diferença é muito grande.
O que entra em questão nesse momento é o problema gigantesco que isso tem causado para o imperialismo. Com toda essa perseguição política, a tendência é de que o apoio a Trump só cresça até as próximas eleições, que ocorrerão em 2024. Por outro lado, com toda essa campanha da imprensa burguesa e do imperialismo para retirar Trump do pleito, é praticamente inviável recuar agora. O regime está sendo obrigado a continuar a perseguição, o que pode gerar uma crise gigantesca, até mesmo uma guerra civil pode acontecer.
Um dos maiores porta voz do imperialismo, o Jornal The News York Times, publicou uma entrevista no dia 10 de agosto do corrente ano, com o professor William Baude, de direito constitucional da Universidade de Chicago afirmando o seguinte: “Donald Trump não pode ser presidente, não pode concorrer à presidência, não pode tornar-se presidente, não pode ocupar o cargo, a menos que dois terços do Congresso decidam conceder-lhe anistia pela sua conduta em 6 de janeiro”.
Ou seja, existe a possibilidade de Trump, não apenas concorrer, mas como até mesmo vencer as eleições. O que coloca o imperialismo nas cordas e o ex-presidente com certeza será um obstáculo para esse setor da burguesia. O que fica claro é que esse tipo de politica persecutória, muitas vezes de forma ilegal e arbitrária tem efeito contrário.