Dando continuidade à perseguição política desatada contra Donald Trump, a fim de retirá-lo da disputa presidencial, o governo norte-americano indiciou o ex-presidente pela segunda vez em menos de três meses.
Trump foi indiciado por ter se apoderado de documentos confidenciais do governo norte-americano, após ter deixado o cargo de presidente dos Estados Unidos, em 2021. Os documentos teriam sido guardados em sua casa, em Mar-a-Lago, na Flórida
Relembrando o caso, logo após a posse de Joe Biden, em 2022, ao ser constatada a ausência dos documentos, que deveriam ter ficado nos Arquivos Nacionais de Washington, Donald Trump foi contatado pelo governo para devolvê-los.
Na ocasião, o ex-presidente respondeu, entregou ao governo 15 caixas de documentos, dentre os quais 184 qualificados como sigilosos, sendo 25 ultrassecretos.
Contudo, suspeitando que ainda havia mais documentos, a investigação teve continuidade e, em agosto de 2022, o FBI apreendeu cerca de 13 mil documentos na casa de Donald Trump. Dentre eles, 100 constavam como sigilosos.
Em decorrência disto se deu o indiciamento, ato administrativo que significa que um novo processo criminal foi aberto contra o ex-presidente.
Através do indiciamento, Trump foi intimado a se apresentar ao Judiciário norte-americano na próxima terça-feira (13), ocasião em que deverão ser formalizadas as acusações contra ele.
Embora ainda não se saiba exatamente quais as acusações específicas que estão sendo feitas contra Trump, as quais só deverão ser tornadas públicas na próxima terça, ocasião de sua formalização, sabe-se que serão apresentadas sete queixas contra o ex-presidente, englobando crimes tipificados na lei de espionagem, conspiração e falso testemunho. Assim informa a imprensa imperialistas dos EUA, assim como seus advogados.
Por outro lado, Trump alegou sua inocência. Em discurso, disse que o caso dos documentos é uma farsa voltada a tirá-lo da corrida presidencial.
Trata-se de mais um episódio na perseguição política desatada pelo principal setor do imperialismo norte-americano contra Trump. O objetivo da perseguição é retirá-lo à força da corrida presidencial de 2024, pois com o aumento progressivo de sua popularidade, e a crescente rejeição a Joe Biden, é possível que o ex-presidente retorne ao cargo para um segundo mandato.
Como forte indício de que se trata de uma perseguição política, independente da veracidade das acusações, cumpre informar que o indiciamento e o processo criminal estão correndo no âmbito da Justiça Federal norte-americana, tendo sido desatados diretamente pelo Departamento de Justiça, órgão subordinado a Joe Biden.
Ademais disto, dois de seus advogados renunciaram ao mandato nessa sexta (9). Embora não tenham revelado o motivo, é possível que o tenham feito por receio de represálias por parte do governo.
Conforme já apontado inúmeras vezes por este Diário, Donald Trump não é um homem de confiança da política do principal setor do imperialismo. Afinal, é um empresário vinculado àquele setor da burguesia norte-americana mais ligado ao mercado interno dos EUA, setor este que é frequentemente prejudicado pelas políticas do capital financeiro imperialismo, dentre as quais a exportação das indústrias para países oprimidos, esvaziando o parque industrial interno, aumentando o desemprego e, por conseguinte, enfraquecendo o mercado interno.
Nesse sentido, em várias ocasiões Trump se manifestou pela repatriação do capital que havia sido exportado, a fim de reduzir o desemprego. Além disso, também já demonstrou ter contradições com a política belicosa do imperialismo, política esta necessária para subjugar os países oprimidos, permitindo a dominação do capital imperialista sobre os países atrasados.
Assim, uma nova eleição de Trump vai de encontro aos interesses do principal setor do imperialismo. Contudo, como não estão conseguindo frear o crescimento de sua popularidade, precisam desatar uma perseguição judicial, a fim de retirá-lo da competição, o que demonstra o caráter profundamente antidemocrático da principal “democracia” do mundo.