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Hélio Rocha

Possui graduação em Comunicação Social – Jornalismo pela Universidade Federal de Juiz de Fora (2013). Atualmente é repórter de meio ambiente e direitos sociais em Plurale em Revista e correspondente em Pequim.

Israel

Pela primeira vez, os árabes venceram

Uma guerra se ganha de diversas maneiras. Uma delas, certamente a mais conhecida, é perpetrada por danos e prejuízos materiais, resultando na inviabilidade do exército inimigo

Uma guerra se ganha de diversas maneiras. Uma delas, certamente a mais conhecida, é perpetrada por danos e prejuízos materiais, resultando na inviabilidade do exército inimigo, que além de tudo arca com várias perdas humanas. Essa é apenas uma forma, porém, e muitas vezes pode ser sobreposta por outras duas. A segunda, a conclusão de um número de objetivos predeterminados, que reposicionem um país, região ou grupo beligerante como força política. A terceira, na opinião pública, se ela compreende uma das forças em guerra como certa ou errada no conflito.

Sendo assim, há de se notar que Israel, apesar de ter saído em vantagem do ponto de vista moral perante a opinião pública (evidente que militar todos sabemos que é infinitamente superior às guerrilhas palestinas), tinha a princípio, contra si, o fato de ter cedido objetivos ao inimigo, quando este invadiu seu território e matou e sequestrou pessoas, impelindo Israel a um conflito às cegas. Sem nem sombra dos mesmos recursos militares e sabendo que o início do conflito lhe seria desfavorável na opinião pública, as guerrilhas palestinas acertaram em cheio na estratégia. Marcaram ponto no objetivo.

Como um exército fantasma, causaram estragos irreparáveis aos israelenses como nação, e aos judeus sionistas como grupo político, e desapareceram em seguida. Israel se esmera para localizá-los e, não conseguindo, atira a esmo contra o povo palestino na Faixa de Gaza. Tenta atingir locais que seriam usados pelos guerrilheiros como entrada e saída de uma rede intrincada de túneis subterrâneos, onde estariam seus inimigos. Terminam, simplesmente, por matar milhares de civis, entre eles muitas crianças, e desalojar milhões de pessoas. Não chega a lugar algum.

A única solução, de eficácia improvável, é invadir Gaza com tropas de infantaria. Porém, se isso ocorrer, a guerra se nivela por baixo. Param de valer os mísseis, aviões superssônicos, veículos blindados etc, e restam os soldados. Quando chega ao piso do fator humano, restam os mais preparados, mais conhecedores do terreno, mais dispostos a morrer, no que as guerrilhas palestinas superam os israelenses em tudo. Por isso mesmo, Israel tenta atrasar ao máximo esse procedimento, bombardeando mais e mais pessoas.

A demora em entrar em Gaza, sem libertação de reféns e sem apresentação de lideranças significativas dos guerrilheiros, mortas ou presas, Israel se desmoraliza. Do Exército mais poderoso do Oriente Médio e um dos mais poderosos do mundo, capaz de vencer vários países em questão de dias entre os anos 1950 e 1970, torna-se uma força perdida num labirinto. A guerrilha ganha tempo, o mundo se choca e se extenua as cenas de horror, num primeiro momento, e começa a esquecer num segundo. Mas aí, esquece também os reféns israelenses. Nos dois momentos, ganhos para a guerrilha, e absoluta vitória estratégica dos palestinos.

A menos que isso evolua para um conflito de grandes proporções, com o apoio de potências ocidentais contra outros Estados da região, como o Irã, os árabes finalmente vencerão pela primeira vez contra os sionistas. E Israel não encontrará seu fim como Estado, ao menos num primeiro momento, mas será um leão sem dentes em meio a vizinhos que avançam economicamente e soberanamente num cenário de mundo multipolar. É melhor, para eles, que tratem de negociar uma solução generosa de dois Estados, cedendo terras e retornando às fronteiras de 1948, como questão de sobrevivência para a nação sionista.

* A opinião dos colunistas não reflete, necessariamente, a opinião deste Diário

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