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Rui Costa Pimenta:

“PCO se oporá a qualquer tentativa de desestabilizar do governo”

Durante a última Análise Política da 3ª, Rui rebate afirmações absurdas de Jones Manoel, comenta as eleições nos EUA, os processos contra Bolsonaro e muito mais

Foi ao ar na terça-feira, dia 20 de junho, o programa Análise Política da 3ª, que vaio ao ar no canal da Rádio Causa Operária do YouTube. Durante o programa, o presidente nacional do PCO, Rui Costa Pimenta, comenta os principais acontecimentos da semana, em uma dinâmica diferente daquela da Análise Política do sábado, onde é feita uma exposição seguida de perguntas. No programa da Rádio, os apresentadores conduzem a discussão, trazendo temas e perguntas para que Rui Pimenta responda.

No programa da última semana, diversos temas foram tratados, sendo o primeiro deles a questão da inelegibilidade de Bolsonaro. O comentário de Rui, que expressa a opinião do PCO, é de que o maior problema desse processo todo é justamente a ilusão de toda a esquerda de que a questão da extrema-direita será resolvida por um processo judicial farsesco e persecutório. 

Além de ressaltar que se trata de uma perseguição judicial contra Bolsonaro, também é preciso dizer que o resultado disso não será a derrota da extrema-direita, mas o seu fortalecimento. O caso norte-americano serve de exemplo: a cada processo que Donald Trump sofre, sua popularidade cresce mais.

Outro aspecto que não é levado em consideração pelo conjunto da esquerda é que a direita tradicional não persegue o Bolsonaro para favorecer o PT. Eles querem apenas favorecer a si, e, caso eles sejam bem sucedidos na perseguição a Bolsonaro, o próximo passo será perseguir também o PT. 

Rui também comenta que há um claro paralelo entre a situação brasileira e a norte-americana. Lá temos o mesmo esquema. E o esquema foi montado pelas mesmas pessoas. O que acontece aqui no Brasil é obra do imperialismo. Apesar de um setor totalmente perdido da esquerda adorar Alexandre de Moraes como um grande lutador contra o fascismo, é preciso ter claro que ele é um funcionário do imperialismo. 

Pegando o gancho dos EUA, o presidente nacional do PCO também comenta o cenário eleitoral norte-americano. 

Nos EUA, a burguesia imperialista realiza todo tipo de manobra para procurar enfraquecer a candidatura de Trump, que continua subindo todos os dias. Para ele, é uma lição para aqueles que não conseguem ver a luta de classes fora da luta entre os mais ricos e os mais pobres. O caso norte-americano é um caso de luta entre um setor secundário da burguesia e o setor mais poderoso da burguesia mundial, que controla a economia mundial, os principais canais de TV norte-americanos e as universidades norte-americanas. Apoiar a perseguição a Trump é apoiar algo que corresponde aos interesses do setor mais poderoso do imperialismo mundial.

Já na política nacional, foi abordada a questão da libertação de José Rainha, líder da FNL, que ocorreu logo após a III Conferência Nacional dos Comitês de Luta, onde a questão de sua libertação foi uma das principais bandeiras. Zé Rainha enviou um áudio em agradecimento ao PCO e aos Comitês de Luta, e disse que concorda com o Partido em um aspecto: para haver reforma agrária, é preciso revolução.

Rui Pimenta concordou com a afirmação de Rainha. Ele disse que a reforma agrária é uma mudança social profunda, que implica em impôr uma derrota profunda aos grandes poderosos da terra, algo que necessitaria de uma situação cataclísmica. Rui também comentou que Zé Rainha sempre teve essa posição revolucionária e que ele é a maior liderança dos sem terra. Os dirigentes do MST, como João Pedro Stédile e outros, não são trabalhadores sem terra.

Outra questão de política nacional foi a jornada de lutas, anunciada pelo PT, contra a política de juros do Banco Central, anunciada pela própria Gleisi Hoffman. A primeira etapa desta jornada de lutas foi em São Bernardo do Campo, com uma grande mobilização dos metalúrgicos do ABC, evento no qual teve participação da própria Gleisi.

O comentário de Rui a respeito disso foi que foi uma mobilização muito positiva e que é a primeira vez que os trabalhadores são chamados diretamente a intervir na situação. Foi algo correto e é a chance dos dirigentes sindicais se darem conta de que o governo Lula não irá conseguir fazer nada sozinho, ele precisa da ajuda e apoio da classe trabalhadora.

Outro tema foi um vídeo feito por Jones Manoel que diz que falar em “guerra híbrida”, operações conspiratórias do imperialismo para derrubar governos, seria incorreto e absurdo porque seria normal ter o povo sair às ruas para dar o golpe em governo de esquerda. Esse tipo de acusação serviria, segundo Manoel, como uma “muleta para governos ruins”.

Rui afirma que a tese é mentirosa. Foi uma campanha orquestrada para derrubar o governo, foi uma campanha financiada pela CIA, Fundação Ford, George Soros para derrubar o governo. Já na época, o PCO dizia que era absurdo ter uma campanha com o lema “não vai ter Copa”. E foi uma campanha gigantesca, não foi espontânea e nem nada, foi algo, inclusive, com grande participação da imprensa capitalista.

Rui também diz isso parece uma preparação de certos grupos para entrar no barco da direita para se dispôr a apoiar uma derrubada do governo Lula. Trata-se de uma propensão golpista injustificável. Se fazem porque são ingênuos, têm que ser repelidos e rechaçados pelo restante da esquerda, porque ninguém pode ser tão burro assim, trata-se de uma burrice exagerada e perigosa. Se não é feito por ingenuidade, é preciso descobrir qual a razão que levam adiante uma política tão nociva.

Seja como for, o companheiro Rui afirmou que “O PCO vai se opôr a qualquer tentativa de desestabilização do governo Lula”. Não se pode afirmar que as “causas são normais”. É possível lutar por quaisquer reivindicações sem se jogar nos braços do imperialismo. Inclusive, nesses casos, o que conta não é a reivindicação, mas a finalidade estratégica da reivindicação. Se um grupo pede “aumento de salários”, mas isso está subordinado a uma política de golpe de estado, então a reivindicação passa a ter a importância relativizada.

Muitos outros temas foram abordados no último programa. Para se aprofundar na discussão, basta acessar o vídeo abaixo. O programa Análise Política da 3ª vai ao ar todas as terças-feiras, às 16h, no canal de YouTube da Rádio Causa Operária.

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