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Nota oficial

PCO responde críticas de setores capituladores da esquerda

Confira, na íntegra, nota do Partido da Causa Operária respondendo as críticas contidas em nota reproduzida pela Carta Capital

Nesta quarta-feira (15), a Carta Capital publicou artigo reproduzindo uma carta (que pode ser consultada nesse link) assinada por entidades de esquerda que criticam a participação do Partido da Causa Operária (PCO) nas mobilizações de rua em defesa da Palestina. Frente a isso, o PCO, por meio do membro da Direção Nacional da organização trotskista, Henrique Simonard, publicou um esclarecimento rebatendo as críticas da nota reproduzida pela Carta Capital, o que levou o órgão a publicar outra matéria apontando o Movimento Resistência Islâmica (Hamas) como pivô da crise, ainda que o partido palestino não tenha sido mencionado nem na primeira carta das organizações esquerdistas reproduzida por Carta Capital e nem na nota do PCO. Confira, abaixo, a nota de esclarecimento do Partido brasileiro na íntegra:

Um esclarecimento à redação da revista CartaCapital

Fomos informados por essa revista da existência de uma nota que faz menção ao nosso partido.

Em primeiro lugar, é preciso esclarecer que se trata de uma iniciativa de alguns partidos de esquerda que têm uma atitude faccional em relação ao nosso partido há muito tempo. Sendo assim, a lista de signatários é uma fraude. Uma parte das organizações que aí aparecem são nomes diferentes para os mesmos partidos. Por exemplo, Juntos é o MES; Juventude Revolução e DAP (Diálogo e Ação Petista) são a mesma coisa, assim como Já Basta e Socialismo ou Barbárie. Outra parte delas nunca ouvimos falar e sequer estava no ato. Já as organizações importantes que ali estão não discutiram o problema e provavelmente nem têm conhecimento dessa nota. Dois exemplos: a CUT-SP, a principal organização da lista e a qual integramos, negou que tenha assinado essa carta. Também é cômica a ideia da Marcha Mundial de Mulheres reunindo todas as suas seções no Québec, onde está sediada, para discutir essa picuinha contra o PCO, assim como é difícil acreditar que a UNE o tenha feito. A situação é tão ridícula que o PSOL, que na nota nos acusa de não defender as bandeiras dos atos, em 30 dias de matança espantosa não conseguiu tempo para aprovar uma posição oficial sobre a questão palestina, nem falaram absolutamente nada sobre o assunto em seu sítio na internet, mas encontraram tempo nos últimos dois dias para reunir a Direção Nacional do partido para aprovar uma crítica ao PCO…

Não será demais mencionar que os mentores desta lamentável nota são todos partidos e partidinhos ferrenhamente identitários, ou seja, pró-imperialistas.

Sobre as acusações que nos são feitas na nota: não participamos da organização dos atos porque alguns grupos não querem que participemos e para impor sua vontade adotam uma atitude histérica e procuram intimidar os demais participantes. É lamentável que as pessoas aceitem ser coagidas dessa maneira. Apesar disso, comparecemos a todos os atos e levamos o maior contingente de pessoas, o que era muito visível e inegável por qualquer um que esteve nas manifestações.

É importante ressaltar que somos de longe a organização mais ativa em defesa da Palestina no Brasil. Os cartazes e adesivos que aparecem em todos os lugares foram confeccionados pelo nosso partido; imprimimos panfletos para convocar o ato, o que a própria organização não fez. Inclusive nos oferecemos para imprimir a convocação e eles recusaram.

Apenas o nosso jornal diário na internet, o Diário Causa

Operária, publicou quase 1.000 matérias em defesa da Palestina, enquanto as organizações que assinam a nota não realizaram nem 20% disso. Sem falar em várias dezenas de vídeos a respeito do assunto, incluindo documentários. Realizamos mais de cem debates sobre o tema pelo País inteiro e estamos preparando um curso para explicar a natureza da crise Palestina.

Não sabemos sequer qual a crítica que está sendo feita na nota. “Desrespeito” é uma crítica muito vaga. É ridículo nos acusar de impor nossas pautas ao ato, sendo que, como mencionado, sequer participamos da organização do mesmo porque esses grupos não nos deixam participar. Não há nenhuma imposição da nossa parte, a única imposição é da parte de alguns dos signatários.

No mais, as nossas palavras de ordem são basicamente as mesmas citadas na nota. Se fôssemos concorrentes, como nos acusam, estaríamos preocupados em chamar nossos próprios atos, que é o que eles estão tentando provocar: querem nos expulsar dessas manifestações e rachar o movimento.

Fomos procurados, sim, como foi dito, mas para que não participássemos dos atos. Primeiro disseram que “era melhor” que não fôssemos e depois disseram que estávamos desconvidados, o que naturalmente ignoramos, pois os atos não são propriedade desses grupos. Apesar disso, procuramos manter uma atitude de colaboração, inclusive oferecendo nosso carro de som para que todos pudessem fazer uso, já que esses grupos sequer se deram ao trabalho de levar um, o que eles também recusaram.

A divergência, a verdadeira, ficou clara no primeiro ato, em que essas organizações não queriam que levantássemos as bandeiras do nosso próprio partido; uma coisa absurda, que lembra os velhos tempos das manifestações golpistas, onde se falava “Abaixa essa bandeira e levanta a do Brasil”. Ou seja, para eles, só poderíamos participar dos atos se fosse para servirmos de plateia, sem ter o direito a palavra e mesmo a aparecer como partido. Toda essa pantomima política absolutamente ridícula e lamentável é sempre feita em nome da “comunidade árabe” enquanto nos atos, a maioria dos árabes presentes sempre apoiam a nossa participação. Por tudo isso, não damos a menor importância a essa picuinha e nem à mastodôntica, porém inteiramente falsa e fraudulenta lista de signatários. Se cada um dos signatários levasse, pelo menos, dez pessoas aos atos, formariam um bloco equivalente ao bloco do PCO no último ato. Claro está que isso nunca aconteceu. Assinaturas no papel não enchem as ruas, nem erguem bandeiras.

Consideramos tudo isso uma verdadeira palhaçada, uma coisa ridícula organizada por grupelhos ultrassectários, por motivos inconfessáveis. Outra demonstração de que se trata de uma picuinha rasteira é que essa questão só apareceu em São Paulo; em outras cidades e estados não houve nenhum problema e o partido tem a mesma postura no Brasil inteiro.

Esse ataque gratuito contra o setor mais ativo do movimento de luta em defesa da Palestina certamente não contribui em nada com a luta contra o genocídio, mas ajuda a intensa perseguição que a direita está fazendo contra o nosso partido, que por sua defesa da resistência armada Palestina sofreu várias ameaças de morte na pessoa de alguns dos seus militantes e dois pedidos de indiciamento policial pela bancada parlamentar bolsonarista e pelo impagável lava-jatista Deltan Dallagnol, que foi apoiado nos seus crimes contra o povo brasileiro por alguns dos signatários da adiposa lista que acompanha a nota mencionada.

Por último, o PCO tem mais o que fazer do que ficar discutindo a neurose política dessas pessoas.

Henrique Simonard, pela Comissão Executiva do Comitê Central Nacional do Partido da Causa Operária

São Paulo, 15 de novembro de 2023.

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