Durante a abertura oficial do 59º Congresso da União Nacional dos Estudantes (CONUNE), o ministro do STF, Luis Roberto Barroso, se tornou pivô de um barraco entre a União da Juventude Socialista (UJS) e a União da Juventude Comunista (UJC), ligado ao PCB, e o grupo Faísca, ligado ao MRT.
O ministro foi chamado pela UJS, organização que controla a UNE, para um ato em defesa da Lei da Censura, a tal da PL das Fake News. Um oportunismo sem tamanho, uma verdadeira colaboração com um dos projetos mais reacionários em curso. O convite a Barroso nada tinha a ver com o interesse dos estudantes: ninguém apoia o projeto. O ministro só foi convidado porque o relator do projeto é Orlando Silva, do PCdoB, partido do qual a UJS faz parte. Como vem sendo denunciado até mesmo pelos articulistas da chamada imprensa progressista, Orlando Silva é um homem da Rede Globo, uma figura que nada tem a ver com a esquerda.
Faísca e UJC, por sua vez, decidiram vaiar e hostilizar o ministro, valendo-se de uma demagogia rasteira com os enfermeiros. O ministro é um dos responsáveis pelo fato de a categoria não ter recebido até hoje o piso salarial a nível nacional. O que é ridículo, contudo, é que Faísca e UJC não têm Barroso como um inimigo de fato: usaram o ministro apenas para atacar, com fins puramente eleitorais, a direção da UNE.
O fato é que em tudo aquilo que é fundamental, MRT e PCB estão lado a lado com Barroso e o STF. Nenhuma das organizações, por exemplo, critica o próprio PL das Fake News. Nenhum deles se colocou contra todo o pacote de medidas repressivas que vem sendo aplicado pelo STF, como é o caso da “Lei da homofobia”.
Barroso merece vaias? Sem dúvida. Merece até coisa pior. Mas o que se viu na abertura do CONUNE não é nenhuma luta de fato contra o STF, mas sim um teatrinho entre os pelegos da UJS, que fazem acordos com Deus e o mundo, rifando uma possibilidade de luta real dos estudantes, e a esquerda golpista e filo-imperialista, que está completamente alinhada ao imperialismo em todo o seu programa repressivo.