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Frente golpista de esquerda

PCB, os teóricos do golpe “pela esquerda”

A cada semana que passa um bloco da esquerda pequeno burguesa se torna cada vez mais assanhado em sua campanha, ainda velada, pela derrubada do governo

O PCB em menos de seis meses de governo aderiu de cabeça à campanha golpista contra o governo Lula. Falta apenas um pouco de campanha da imprensa burguesa para que se sintam mais seguros de chamar o “fora Lula”. O partido emitiu em seu sítio na internet uma nota do seu Comitê Central “A saída para combater a crise e a ofensiva da burguesia é a luta popular” em que tentam argumentar o motivo para sua política golpista, que já deu origem a atos de rua. 

O texto já começa com sua tese principal: “O Brasil vive um período de ofensiva das classes dominantes. Mais uma vez o governo Lula se rendeu sem luta ao grande capital, cedendo às pressões dos setores mais reacionários do Congresso, mantendo a mesma lógica neoliberal dos governos anteriores.” De fato existe uma ofensiva das classes dominantes, da burguesia nacional, do imperialismo e dos latifundiários, mas ela se dá contra os trabalhadores e também contra Lula. Seu governo por sua vez não tem uma política neoliberal, pelo contrário é sabotado pelo Congresso, pelo Banco Central, pelas Forças Armadas, pela imprensa burguesa, e pelas ONGs para não aplicar sua política nacionalista.

O texto então explica que Lula até tentou tomar políticas de esquerda, mas o Congresso o impediu. Em suas palavras: “Todo esse processo demonstra uma correlação de forças determinada pela pressão política de um congresso reacionário, que seguirá pautando o governo com suas chantagens e exigências, alimentando ainda mais a opção pela conciliação passiva e a submissão à pauta conservadora.” Aqui está o grande erro de toda esquerda golpista, ao se deparar com a direita que ataca o governo Lula essa esquerda também ataca Lula invés de atacar a direita. Ou o PCB não entende nada de política, ou está a serviço das forças que estão atacando os trabalhadores.

Os stalinistas então jogam a única bala que tem na agulha, que na prática é uma bala de festim: o arcabouço fiscal: “A medida que mais expressa o caráter social-liberal desse governo e sua capitulação frente ao grande capital é a aprovação do arcabouço fiscal, enviado para a Câmara pelo ministro Fernando Haddad e piorado pelo relator da medida, Cláudio Cajado”. O governo capitulador ante o grande capital é o mesmo que está em confronto aberto contra o Banco Central, que sofreu um embargo da Alemanha e corre risco de sofrer sanções da União Europeia. 

Nas palavras do PCB: “Esse projeto, feito para agradar a oligarquia financeira, mantém a lógica fiscalista instaurada por Temer, ata as mãos do governo para realizar as promessas de campanha e impõe um conjunto de restrições que inviabilizarão os investimentos públicos, o combate ao desemprego, a ampliação de políticas sociais e a melhoria dos serviços públicos.” O que eles esquecem é que não é Lula quem quer agradar os bancos mas sim o Congresso Nacional que impôs esse modelo de arcabouço fiscal. Os supostos marxistas não conseguem compreender como funciona um governo de esquerda.

Um partido autoproclamado comunista deveria compreender que o Estado burguês não é derrubado pela eleição de um partido de esquerda. A vitória de Lula claramente foi uma derrota da direita golpista que havia derrubado Dilma em 2016 e governou o País por seis anos. Mas isso não foi uma vitória total, é preciso seguir travando a luta contra essa direita, que no atual momento está encastelada no Congresso Nacional e no Banco Central, os maiores sabotadores do governo Lula. Mas para o PCB é impossível compreender isso. O motivo? Em 2016 o PCB estava atuando em conjunto com os golpistas, da mesma forma que vem fazendo este ano.

“Parece que o PT não aprendeu as lições do passado recente, quando a política de conciliação de classes, de ceder continuamente aos interesses da burguesia, só acirrou o apetite desses setores em exigir cada vez mais. Tal política beneficiou o chamado Centrão, esse aglomerado de deputados reacionários, representantes dos interesses dominantes. Também houve o fortalecimento da extrema-direita e do fascismo, com consequências nefastas para o povo brasileiro.”

O governo Lula em 2023 é muito diferente de Dilma em 2015. O presidente, apesar de sofrer uma sabotagem ainda maior e apesar de sua política conciliadora, não está cedendo à direita como fez Dilma. Pelo contrário, tudo indica que a tendência de Lula é radicalizar e eventualmente abrir uma crise com algum setor da direita. As críticas da imprensa são em vão. Criticaram a viagem à China, ele viajou, criticaram Zanin, ele está no STF, criticaram o podcast de Lula, ele começou semana passada. Lula parece ignorar os ataques da imprensa burguesa, mas não consegue contornar o Congresso, que detêm um poder muito grande em suas mãos.

O PCB então chama o povo às ruas já que em tese Lula não está chamando: “Não podemos repetir o filme que já vimos em 2016. Nós gostaríamos que o governo estivesse disposto a mobilizar a população, mas isso infelizmente não será feito. Além disso, as maiores centrais sindicais estão também acomodadas e afastadas das necessidades reais dos trabalhadores.” Aqui a prática prova a farsa. De fato Lula, mas principalmente a CUT e o PT que são as principais organizações dos trabalhadores, estão mobilizando pouco. Contudo foram chamados, pela CUT e indiretamente por Lula, atos contra a direção neoliberal do Banco Central. O PCB participou nos atos? Não. Rachou os atos chamando outros atos contra o “novo teto de gastos”. Na prática, o PCB está chamando para sair às ruas contra Lula.

O PCB então fala sobre retomar as manifestações de rua: “Esta não é uma tarefa fácil, mas não esqueçamos que a retomada das manifestações de ruas, em plena pandemia em 2020, foi realizada sem contar com o apoio das cúpulas do campo social-liberal, pois suas bases decidiram participar e houve êxito.” Aqui aparentemente os stalinistas clamam por atos sem os “social-liberal” PT. É uma chamada aos atos golpistas, a esquerda deve ir às ruas sem a CUT e sem o PT, as duas maiores organizações da esquerda nacional que são a principal base de apoio do governo Lula. 

O PCB já havia apresentado esse tipo de argumento antes, mas a retórica vai ficando cada vez mais agressiva. E para além disso vem se formando um bloco da esquerda golpista junto ao PSTU, ao MRT, à CST, UP dentre outras. Ao que tudo indica o imperialismo fortalece esse setor da esquerda pequeno burguesa como forma de atacar o governo Lula, um verdadeiro entrave para sua dominação da América Latina e do mundo.

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