Conforme já exposto neste Diário, uma grande parte da esquerda brasileira encontra-se associada às chamadas organizações não-governamentais (ONGs), frequentemente recebendo financiamento delas. As ONGs, por sua vez, recebem seus recursos de governos imperialistas ou então capitalistas que são diretamente ligados a tais governos. Um destes capitalistas é o já conhecido George Soros.
O Húngaro, através de sua fundação Open Society Foundations, vem há décadas financiando dezenas de milhares de ONGs mundo afora, com centenas de milhões de dólares, a fim de, no interesse do imperialismo, manipular a economia de nações inteiras, promover mudanças de regimes e, em alguns casos, até mesmo promover o desmembramento de Estados nacionais.
Soros é um dos principais financiadores das ONGs brasileiras, estando por trás inclusive da ministra da igualdade racial, Anielle Franco, que é funcionária da própria Open Society Foundations.
Ocorre que, paralelamente a isto, Soros também é um financiador de Joe Biden e do Partido Democrata dos Estados Unidos. Ou seja, do principal setor do imperialismo mundial. Segundo matéria recentemente publicada no sítio de notícias Sputnik, o magnata húngaro despejou US$15,18 milhões (cerca de R$70 milhões) em uma organização “sem fins lucrativos” de Joe Biden, chamada Future Forward Usa, como um investimento para a sua reeleição de 2024.
Tal organização, supostamente sem fins lucrativos, é um apêndice do comitê de ação política Future Forward USA, que nada mais é que um comitê de ação política (dentre elas, campanhas políticas) do Partido Democrata dos EUA. Trata-se de um dos principais meios de levantamento de fundos eleitorais do partido de Biden.
Ademais do financiamento específico a Biden, Soros também despejou milhões no Partido Democrata durante os anos de 2021 e 2022, totalizando cerca de US$128,4 milhões (R$625,31 milhões).
Mas não deve haver nada de surpreende no fato de Soros ser um dos membros da grande burguesia imperialista que financia a campanha de Biden. Afinal, a política do setor do imperialismo que ambos representam é a mesma: utilizar-se da demagogia democrática e filantrópica para mascarar a devastação neoliberal. Atualmente, essa demagogia manifesta primariamente na forma do identitarismo.
Assim, tem-se que um dos principais financiadores da esquerda pequeno burguesa brasileira e de suas ONGs é uma pessoa que também financia Joe Biden e o Partido Democrata norte-americano, atualmente os principais representantes políticos da burguesia imperialista.
Apesar de certos youtubers de esquerda ou “comediantes” supostamente progressistas negarem que o fato de que o financiamento do imperialismo à esquerda pequeno burguesa não influencia sua política, fato é que os bilhões de dólares que George Soros vem utilizando para financiar ONGs através da OSF, em todo o mundo, serviu para a promoção de inúmeros golpes de Estado, especialmente em países do Leste Europeu, sendo os mais conhecidos a “Revolução” das Rosas (Georgia, 2003), que levou ao poder um carniceiro neoliberal de nome Mikheil Saakashvili; a “ Revolução” Laranja (Ucrânia, 2004), que pavimentou o caminho para o Euromaidan (Ucrânia, 2013/2014), esta última uma “revolução” colorida que levou nazistas ao poder e acabou por resultar na atual guerra do imperialismo contra a Rússia.
Tudo isto já era notório. Já era igualmente notório que Soros financiava inúmeras ONGs e setores da esquerda identitária brasileira, sendo um dos principais impulsionadores dessa política no Brasil e no mundo. Agora, é revelado que ele é um financiador de Biden e do Partido Democrata, de forma que é seguro dizer, para além de qualquer dúvida razoável, que o identitarismo é uma política do imperialismo, e os identitários não defendem o negro, nem a mulher e nem os índios e nenhum oprimido.