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Imprensa burguesa

Parceria Globo-Time Life: o crime esquecido da Família Marinho

O caso "Globo-Time Life" é um episódio histórico importante na formação da Rede Globo de Televisão que mostra usa proximidade à política imperialista

O caso “Globo-Time Life” é um episódio histórico importante na formação da Rede Globo de Televisão, um dos maiores monopólios de imprensa do mundo. A parceria entre a empresa brasileira e a americana, uma parceria inconstitucional, foi fundamental para o sucesso da emissora, que cresceu nos ombros da Ditadura Militar brasileira.

A história começa em 1957, quando o empresário Roberto Marinho, proprietário de uma empresa de jornais e revistas, decide entrar no mercado de televisão. Na época, a televisão era uma novidade no Brasil, e o governo federal concedia concessões para a operação de canais de televisão em todo o país. Marinho conseguiu a concessão para operar um canal de TV no Rio de Janeiro e, em 26 de abril de 1965, a TV Globo entrou no ar.

No entanto, antes disso, para expandir a emissora e torná-la uma rede nacional, Marinho precisava de capital e tecnologia. Foi então que ele fechou um acordo com a empresa americana Time Life, uma das maiores empresas de mídia do mundo na época. Segundo o acordo, a Time Life forneceria tecnologia, programas de TV e capital para a expansão da Globo, em troca de uma participação minoritária na empresa brasileira.

O problema é que, segundo a legislação brasileira da época, era proibido que empresas estrangeiras tivessem participação em empresas de comunicação no país. Isso significava que o acordo entre a Globo e a Time Life era ilegal. No entanto, a Globo e a Time Life encontraram uma forma de contornar a lei: eles criaram uma empresa offshore nas Ilhas Virgens Britânicas, chamada “International Television Corporation” (ITC), que seria a acionista majoritária da TV Globo.

Essa manobra completamente farsesca permitiu que a Time Life tivesse uma participação majoritária na Globo, e que a emissora se tornasse uma rede nacional de televisão. A parceria entre as duas empresas foi extremamente bem-sucedida, e a Globo se tornou a maior emissora de TV do Brasil.

A relação entre Roberto Marinho e o regime militar brasileiro

Roberto Marinho, fundador da TV Globo, foi uma figura influente durante a ditadura militar no Brasil e manteve uma relação próxima com os líderes do regime. Durante os anos em que os militares governaram o País, a Globo se tornou uma das principais fontes de informação e entretenimento para a população brasileira, e Roberto Marinho desempenhou um papel importante na construção desse monopólio.

Desde o início do regime militar, em 1964, Roberto Marinho apoiou os militares e se beneficiou das oportunidades oferecidas pelo governo. Em troca de sua lealdade, a Globo obteve concessões públicas para operar canais de TV em todo o País e expandiu seu alcance nacional. Além disso, a Globo foi favorecida com uma política de publicidade estatal que privilegiava as empresas de comunicação alinhadas com o governo.

Roberto Marinho também manteve relações próximas com os líderes do regime, como o general Emílio Garrastazu Médici, que governou o Brasil de 1969 a 1974. Médici era um grande admirador da Globo e assistia regularmente aos programas da emissora. Em troca, Roberto Marinho obteve acesso privilegiado às autoridades governamentais e pôde influenciar a agenda política do País.

Marinho também teve atritos com o governo em algumas ocasiões, mas todas não passaram de peças teatrais. Em 1972, por exemplo, a TV Globo foi alvo de uma investigação do governo por suposta sonegação fiscal, algo que não foi levado adiante e que não causou grandes prejuízos à emissora.

Desde então, a Globo continua sendo uma das maiores emissoras de TV do Brasil, e Roberto Marinho tornou-se um dos homens mais ricos e poderosos do País. No entanto, o caso “Globo-Time Life” deixou um legado de controvérsias e entrou para a história como um registro de como a Globo cresceu de maneira inseparável do regime ditatorial instaurado em 64.

Além disso, é um caso que prova que a política da Globo – assim como do regime militar – foi importada diretamente do imperialismo americano. Afinal, como diz o ditado, quem paga a banda, escolhe a música, e foi justamente isso que a Time Life fez com a Globo, adquirindo importantíssima influência na política brasileira durante a Ditadura.

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