De acordo com artigo publicado ontem (18) no jornal Folha de S.Paulo, os diretores da Eletrobrás aumentaram em 57% o valor pago no contrato com uma agência de publicidade, passando de R$ 30 milhões para R$ 47 milhões. A medida se dá, curiosamente, em um momento em que os novos donos da empresa pregam a todo momento a necessidade de “cortar gastos” – pretexto que já serviu para desligar dois mil trabalhadores da empresa.
E qual seria o objetivo de tanta publicidade? Seria para veicular os grandes feitos da Eletrobrás sob gestão provada? Seria para divulgar os milhares de programas que os seus donos pretendem implementar para auxiliar a população? É claro que não. Nem mesmo os dirigentes escondem que o objetivo é “rebater” as “críticas” que o presidente Lula vem fazendo à privatização. Em outras palavras: para fazer campanha contra o governo.
A Eletrobrás é hoje dirigida pelo mesmo grupo de especuladores gananciosos que quebraram as Lojas Americanas e outra empresa do setor elétrico, a Light. É o chamado o “trio de ferro” da Ambev, assim denominados os três principais acionistas de uma das maiores companhias de bebidas do mundo: Marcel Teles, Beto Sicupira e Jorge Paulo Lemann. Essas duas situações mostram que esse trio de acionistas atua de maneira criminosa contra o povo e lesando o Estado brasileiro. Em um dado momento eles estão diretamente presentes numa determinada negociata, no outro, um está diretamente vinculado e o outro não; mas todos esses três atuam de maneira conjunta em negócios fraudulentos, estando direta ou indiretamente envolvidos. Esses sócios de longa data atuam também no interior do Estado junto a políticos de governos golpistas para se beneficiarem de fatias enormes do orçamento público e das receitas das empresas.
A campanha de publicidade, assim, não passa de uma campanha falaciosa e de lesa pátria; a favor de uma organização criminosa privada para assaltar o Estado brasileiro e o povo. Uma empresa privada onde o Estado brasileiro detém 43% do controle acionário e poder de voto de apenas 10% não pode ser séria e certamente não é um negócio que beneficie o povo e o Estado brasileiro. Entre os abusos que vêm sendo denunciados pelo próprio presidente Lula, está também a remuneração de “executivos” com salários astronômicos.
É preciso uma ampla mobilização para retirar a Eletrobrás das garras dos parasitas do capital financeiro. A Eletrobrás é nossa!