De acordo com recente levantamento da Bloomberg Línea, países da América Latina registravam os seguintes valores do salário mínimo em 2023, em dólares:
- Costa Rica: US$ 603;
- Uruguai: US$ 540;
- Chile: US$ 475;
- Equador: US$ 450;
- Guatemala: US$ 403;
- El Salvador: US$ 365;
- Panamá: US$ 326;
- Paraguai: US$ 349;
- Bolívia: US$ 325;
- México: US$ 325;
- Honduras: US$ 316
- Peru: US$ 269;
- Colômbia: US$ 242;
- Argentina: US$ 189;
- Venezuela: US$ 8.
Embora o poder de compra desses salários tenha que levar em conta outros aspectos e levar em conta o que é fornecido ou não pelo Estado para a população; é evidente que o Brasil, a maior economia da região, ao pagar um salário equivalente a US$ 255 tem um dos piores salários latino-americanos e também do mundo. O que significa condenar a classe trabalhadora brasileira a uma situação calamitosa.
O valor acima já leva em conta o anúncio do novo governo de que haverá um novo reajuste no dia 1º de maio, elevando o mínimo dos atuais R$1.302 para R$ 1.320.
O novo valor foi devidamente criticado pela direção da CUT, que emitiu nota dizendo que não foi ouvida sobre o reajuste, que não o apoia e que o mínimo deveria ser reajustado para pelo menos R$1.382, o que ainda manteria o mínimo em valores irrisórios diante dos outros países e da necessidade dos trabalhadores brasileiros.
Isso porque, segundo o DIEESE (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos), em janeiro passado, o preço médio de uma cesta básica era de R$802,36. E, levando-se em conta que, para uma família de quatro pessoas são necessárias três cestas básicas por mês, já se tornaria impossível sequer alimentar uma família todos os dias com este salário mínimo de fome.
Ainda conforme o DIEESE, o salário mínimo necessário para atender as necessidades básicas do trabalhador brasileiro, seria de R$6.641,58, equivalente a pouco mais de US$1.280, valor irrisório para economias capitalistas de portes semelhantes ou superiores à do Brasil.
A crítica da CUT precisa dar lugar a uma grande mobilização por um aumento de verdade do salário mínimo.
Para os trabalhadores, não há o que esperar.
A CUT, os sindicato e toda a esquerda, precisam mobilizar para exigir do governo Lula um aumento real do salário mínimo, que atenda às suas necessidades. Um aumento imediato de, pelo menos, 100% do seu mísero valor atual.
Os capitalistas têm que alimentar os seus “escravos” modernos, a classe operária e seus filhos. OU não têm que deixar de existir e rapidamente.