Poucos dias depois que os metalúrgicos do ABC, saíram às ruas de São Bernardo do Campo (dia 16, nas duas fotos abaixo), em uma passeata e ato convocado pela CUT e Sindicato Metalúrgicos do ABC, reunindo mais mil metalúrgicos, junto com trabalhadores e dirigentes sindicais de diversas categorias, bem
como dirigentes e ativistas de partidos esquerda e de organizações do movimento popular para protestar contra o roubo do povo brasileiro pelos banqueiros que usam o seu capacho, o bolsonarista Campos Neto, presidente do Banco Central para manter em nosso País as maiores taxas de juros do mundo e quase metade dos recursos dos orçamentos públicos (dos impostos pagos pelos trabalhadores) além de deixar a maioria das famílias endividadas, impulsionar a perda de desempregos e todo tipo de retrocesso na economia, foram realizando no dia de ontem (20), atos em frente às sedes do Banco Central de diversas capitais.
Se o ato do ABC foi um bom ponto de partida de uma jornada de mobilização contra as taxas de juros, o mesmo não pode ser dito dos atos minúsculos e sem a presença expressiva de trabalhadores que foram realizados ontem.
Predominou a política dos setores mais reacionários da burocracia sindical e da esquerda pequeno burguesa de realizar um “ato demonstrativo”, reunindo apenas um punhado de sindicalistas e dirigentes da esquerda, sem a devida convocação dos trabalhadores.
Os atos foram realizados no horário de trabalho, quando só os sindicalistas, assessores e “contratados” estão disponíveis. O resultado são “atos” sem a presença real de público, ou seja, que não representam um verdadeiro esforço para usar a única arma capaz de derrotar a direita que é a mobilização popular.
Nessas condições, no ato “principal”, o de São Paulo, reuniram-se poucas centenas de pessoas, e era visível o predomínio de figurantes da Força Sindical e outras “centrais” pelegas, totalmente opostas a qualquer mobilização real.
Em Brasília, em frente à sede do Banco Central (foto), da mesma forma poucas dezenas de pessoas se reuniram. Sem trabalho de agitação e propaganda e uma política para mobilizar os trabalhadores, com ampla convocação, horário adequado etc não é possível realizar uma mobilização e fica-se na dependência das iniciativas da direita que comanda o Congresso Nacional, política que foi defendida em muitas das intervenções nos atos, nos quais se anunciou que os dirigentes das centrais vão se reunir com o presidente do Senado, o golpista Rodrigo Pacheco (PSD).
Ficou evidente que, ao menos nos atos dessa terça, foi contida a tendência tão necessária a uma mobilização dos trabalhadores em torno dessa questão central que é a luta contra o gigantesco roubo promovido pelos banqueiros.
Ao contrário do ato de São Bernardo do Campo, quando era visível uma representação expressiva de operários de várias fábricas da região, apontando na direção correta para o único caminho efetivo para construir uma verdadeira mobilização contra este e outros ataques da direita em favor dos bancos e contra todo o povo, que é colocar a classe trabalhadora e suas organizações nas ruas, os “atos” de terça expressaram ainda a paralisia das direções sindicais, a ausência de uma mobilização real e a expectativa ilusória de alguns setores de que a situação possa ser resolvida sem uma mobilização real dos trabalhadores; por exemplo, através de um entendimento com o reacionário senado federal (que em tese, poderia destituir o presidente do BC), dominado pelos setores da direita (da “terceira via” e do bolsonarismo) que apoiam a política de expropriar o povo em favor dos banqueiros.