O futebol, por ser um esporte apaixonante, sempre foi caracterizado por explosões de sentimentos que levavam a brigas e discussões entre torcedores “rivais” e jogadores dentro de campo. Temperamento bom nunca foi receita de craque. Um esporte tipicamente nacional que desde sua popularização no Brasil, no início do século XX, é recheado de histórias dos famosos “sururus”, as populares confusões dentro de campo por desacordo de arbitragem ou provocações adversárias. Resolvida a confusão, a bola voltava ao jogo e reiniciava-se a partida sem problema algum para nenhuma parte.
Após a profissionalização do futebol, iniciou-se a criação de tribunais não-oficiais, como Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), que busca “julgar” na sua própria lei, a conduta do jogador dentro de campo, punindo-o além do cartão vermelho e amarelo, com ainda mais jogos de suspensão. A moda pegou e qualquer mínima confusão dentro de campo, na arquibancada lá vem o STJD para punir o jogador e/ou o clube.
Na onda repressiva do judiciário, o esporte vem sendo alvo de ataques. No último domingo (5), no maior clássico do estado do Paraná, Atletico-PR e Coritiba enfrentaram-se, no chamado Atletiba, e terminaram a partida empatados em 1 a 1. Já nos acréscimos do segundo-tempo, houve uma confusão entre os jogadores rivais que trocaram socos em um clima quente que um clássico desta envergadura tem. A Polícia Militar logo interviu e o jogo foi finalizado, visto que neste momento, já tinha-se passado até dos acréscimos dados pelo árbitro. Contudo, prontamente o STJD já ameaça com punição de até 12 jogos para os jogadores supostamente envolvidos na briga. Do ponto de vista de campeonato estadual, 12 jogos inviabiliza o jogador no campeonato estadual inteiro do ano de 2023. A medida, além de ser uma ditadura, é contra o esporte. Primeiro porque pune o próprio time, segundo cria uma perseguição ao jogador de futebol, que claramente pode ter sua carreira abalada em uma situação que queria defender seu clube.
Outro caso, onde a punição vem internamente, é do jogador chileno Arturo Vidal do Flamengo. No último duelo do Flamengo contra o Boavista, pelo Campeonato Carioca, o jogador, insatisfeito por não ter jogado, jogou as chuteiras no banco de reservas. O fato, que deveria ser visto como um indisciplina leve, levou o clube a multar o jogador descontando parte do seu salário. Uma medida altamente repressiva, visto que, Vidal estava indignado por não estar atuando e de nenhuma maneira cometeu nenhuma agressão.
Os fatos vão se somando dentro do futebol e do esporte, cujas repressões vão aumentando diariamente visando diretamente os profissionais. Todo este processo não é isolado mas junta-se a campanha do imperialismo, através do identitarismo, para cria um clima de repressão através do judiciário. Os atletas são um dos maiores bens que uma nação possui, realizar esta perseguição a profissionais que têm como o esporte seu emprego já é digno de um sistema ditatorial. Unificar os profissionais do esporte para juntos combater essa perseguição crescente ao esporte e aos esportistas.