Triste espetáculo que presenciamos nos últimos dias, evidenciando um alto nível de retrocesso de setores da esquerda.
Depois de apresentar o pacote com o endurecimento da pena para quem praticar atos considerados golpistas, sob intensa campanha favorável da imprensa capitalista, o ministro da Justiça, Flávio Dino, intensificou sua pregação a favor das medidas que, supostamente, irão coibir o “perigosíssimo nazifascismo do século XXI”. Nada poderia ser mais falso.
O pacote é um verdadeiro atentado contra os direitos democráticos, abrindo margem para uma repressão violenta do Estado, principalmente para os crimes políticos. Um mecanismo de enfiar na cadeia ainda mais pessoas, pelos crimes mais absurdos.
O ministro defende a necessidade de mais repressão: “considero que os autores de crimes contra a ordem democrática e seus guardiões devem ser punidos com firmeza”.
E ainda comparou os riscos de hoje aos do período anterior à ascensão do nazismo e do fascismo.
A defesa do ministro para o aumento de penas – política tradicional da direita, que tem maioria no Congresso e pode, inclusive, endurecer e ampliar as medidas – é algo digno de um regime ditatorial.
Um governo de esquerda, eleito pelos trabalhadores, não deveria aumentar o tempo de prisão e o número de presos.
O fascismo – assim como todos os males do capitalismo – não se combate com repressão, com o fortalecimento do aparato de repressão do Estado burguês e pelo cerceamento de direitos.
Expressa um enorme retrocesso de setores da esquerda que vem abdicando também da defesa do legítimo e necessário direito ao armamento. Se colocando atrás, inclusive, do povo brasileiro que, há alguns anos atrás, votou majoritariamente a favor desse direito, em plebiscito.
Adota a mesma política de Bolsonaro, que não quer ver o povo armado. Ele quer ver armados os assassinos dos sem terra, os milicos, os jagunços, os capangas, os milicianos contra os trabalhadores.
O PCO, que defende a revolução, defende o direito ao armamento do povo. Um direito democrático, desde as revoluções francesa e norte-americana, de que o povo pegue em armas para colocar abaixo a tirania do Estado e dos capitalistas opressores.
Como enfatizava um dos importante líderes da luta do povo negro contra a escravidão, Luís Gama, “o escravo tem direito ao punhal“. O escravo, de ontem e de hoje, tem direito a usar das armas que sejam necessárias para lutar pela sua emancipação.
Mais de 100 mil visualizações
Reproduzimos post no Twitter do PCO no começo desta semana destacando nosso posicionamento na TV Causa Operária, que teve mais de 100 visualizações, milhares de retweets, comentários e curtidas, expressando um amplo apoio da posição democrática de nosso Partido.

“O povo brasileiro fez, há alguns anos atras, um plebiscito no qual a população votou se deveria haver o direito ao armamento ou não e a maioria do povo brasileiro votou “sim” ao direito ao armamento. O pacote do Flávio Dino quer caçar, quer criar restrições, e muita gente vai dizer: “não, essa política é diferente do Bolsonaro”. Não. É a mesma política. O Bolsonaro não quer ver o povo armado, ele quer ver os assassinos dos sem terra. O Bolsonaro quer ver os milicos, quer ver os jagunços, quer ver os capangas, quer ver as milícias armadas contra os trabalhadores. Quem quer ver o povo armado é o PCO: o Partido da Causa Operária. É quem defende a revolução, porque é um direito democrático, desde a revolução francesa e a revolução norte-americana, que o povo pegue em armas para colocar abaixo a tirania do estado e daquele que os oprime.”
Fala do companheiro @PCO29antonio, durante o programa Resumo do Dia, transmitido diariamente na @COTV24H às 20:30.