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“Política com ‘P’ maiúsculo”

“Ousadia” para eleger Boulos: nova palavra para oportunismo?

Nova presidenta do PSOL, em entrevista para a Folha, declarou que PSOL fará de tudo para eleger Boulos à prefeitura de São Paulo

Em entrevista para a Folha de S. Paulo, a nova presidenta do PSOL, Paula Coradi, declarou que fará política com “P” maiúsculo e o que mais for necessário para eleger Guilherme Boulos como prefeito de São Paulo nas eleições de 2024.

“Será um ganho gigantesco para a esquerda no Brasil se Guilherme Boulos for prefeito de São Paulo”, disse a dirigente. Para Coradi, o fato de Boulos liderar as pesquisas indica boas chances: “E isso muda muito o jeito de fazer campanha, porque nós vamos poder dar o tom.”

Paula faz parte do grupo de Juliano Medeiros, que ficou seis anos na presidência da sigla. Seu grupo Primavera Socialista, junto a Revolução Solidária, de Boulos, formam o bloco PSOL Popular, eleito com 67% das votações no último Congresso, formando, assim, a corrente majoritária do PSOL.

A nova presidenta teve importantes atuações ao lado de Boulos, tendo sido coordenadora de sua campanha para a prefeitura de São Paulo em 2020, quando chegou no segundo turno, derrotado por Bruno Covas (PSDB) e também em 2018, na candidatura a Presidente.

Esse setor do PSOL, ligado a Medeiros, compõe o espectro mais oportunista do partido. É onde estão os políticos mais influentes, os que de fato conseguem abocanhar cargos nas cadeiras parlamentares. Diferente do MES, que é um setor mais ideológico e mais abertamente golpista. No congresso do partido, com a majoritária de Medeiros e Coradi, foi definido que PSOL será base do governo Lula, com margem para críticas, sem se isolar de outros grupos progressistas.

No mesmo congresso, ficou evidenciado a política oportunista dos psolistas: foi aprovado uma resolução que autoriza os diretórios municipais a se aliarem a partidos de esquerda e centro-esquerda, conforme a necessidade política. Tudo, supostamente, para derrotar o bolsonarismo. É importante considerar que a ideia de centro-esquerda é um conceito muito amplo e que essa mesma política foi adotada durante os anos de governo Bolsonaro. Na época, PSOL e PCdoB eram os maiores entusiastas da frente ampla, que abraçava qualquer um que supostamente fosse contra Bolsonaro. Uma política confusa e oportunista, que não leva em conta a verdadeira luta contra a direita, que o maior inimigo é o PSDB, o MDB, e não o bolsonarismo.

Sem identitarismo, mas se tiver uma mulher em destaque, é melhor

Ainda na entrevista para o órgão golpista, Coradi “enalteceu a legenda como abrigo de mulheres, negros, cidadãos LGBTQIA+ e indígenas”, de acordo com a Folha, mas afirmando que essas políticas não seriam identitárias. “O PSOL é o partido de uma esquerda renovada e que conseguiu entender as principais lutas do nosso tempo”, disse a nova presidenta.

“A classe trabalhadora no Brasil tem cor, gênero e formas de amar. O PSOL incorporou essas lutas e também prega o combate à desigualdade, que atravessa cada cidadão de formas diferentes. Não são lutas opostas, elas se complementam”, continuou.

Segundo o jornal golpista, a visão da dirigente não excluiria a luta de classes, mas sim a atualiza, ou seja, uma grande bobagem. A demagogia com a luta dos oprimidos, como os negros, mulheres, LGBTs e o que mais for, continua sendo mote principal de suas campanhas, num claro aceno às políticas imperialistas.

Isso fica ainda mais claro quando defende a indicação para uma mulher negra no STF:

“Feminista, ela não titubeia ao mencionar a prioridade de sua gestão, que vai até 2026: ampliar o espaço para mulheres na legenda e nos cargos eletivos”, diz a matéria da Folha.

Para exemplificar ainda melhor, temos também a declaração do antigo presidente, Juliano Medeiros: “Um partido que defende que as mulheres assumam protagonismo tem que dar exemplo. Seria muito ruim um homem na presidência do partido novamente”.

Também na outra corrente do PSOL, derrotada no último congresso, o MES defende a mesma demagogia: “Ter uma presidente mulher é muito bonito e importante. Boto fé nas lutas das mulheres e nas lutas feministas”, declarou Monica Seixas.

Por fim, fica claro que não há grandes mudanças na política do PSOL. Parece, no entanto, que o partido ruma cada vez mais à politicagem tradicional, buscando conquistar cargos de ainda maior alcance. A intensa campanha para tornar Boulos prefeito de São Paulo é um dos principais exemplos. Uma figura com zero popularidade, sem nenhuma base em algum movimento popular, visto que sua liderança no MTST e a luta dos sem teto é completamente artificial. É um problema grave o Partido dos Trabalhadores, um partido que de fato tem uma inserção nas massas populares, não possuir uma candidatura e dar espaço para esse pilantra, financiado pelo imperialismo, se criar.

Independente de sua eleição ou não, pois isso é o menos importante, a esquerda alinhada ao imperialismo ganha mais destaque com essas figuras. São verdadeiros funcionários do imperialismo, infiltrados na esquerda e no Governo através da política das ONGs e que precisa ser denunciado.

A campanha pela indicação de uma mulher negra ao STF vem diretamente do estrangeiro e só é abraçada por globais, artistas da pequena burguesia e a esquerda identitária, todos comprados pelo imperialismo norte-americano. Quando Lula indicou Zanin para ministro do STF, esse mesmo setor da esquerda emplacou uma campanha para atacar o advogado, que foi responsável pela defesa de Lula enquanto estava preso, ou seja, um homem de confiança de Lula. A indicação de uma mulher negra nada tem a ver com a luta dos trabalhadores. O STF é composto por uma dúzia de golpistas, que participaram ativamente do golpe de 2016 e da prisão de Lula. A indicação para os ministros devem ser feita de forma estratégica, com pessoas que não atuem diretamente contra o Governo, como faz a maioria atualmente.

Sendo assim, a nova presidenta do PSOL é porta-voz da política identitária, mesmo negando-a e, certamente, será linha de frente na campanha golpista para desestabilizar o governo Lula, apesar de ter sido aprovado apoio ao governo, no congresso. A candidatura de Boulos serve para desmoralizar o PT em São Paulo, bem como a campanha pela mulher negra no STF contribui para atacar o Governo. É mais uma política que representa os interesses do imperialismo no Brasil, os mesmos que atuaram na campanha “Não vai ter Copa” e que estão se armando para desestabilizar o governo novamente. A nova presidenta deixa claro que vai se juntar com Deus e o diabo, se for preciso, para conquista o grandioso cargo à prefeitura de São Paulo, mostrando uma política totalmente sem princípios e oportunista.

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