Na última segunda-feira, dia 11 de setembro, foi anunciado pelas direções da OTAN a realização de exercícios militares de grande escala no leste da Europa. Esses serão os maiores exercícios militares da OTAN desde a guerra fria, e envolverão países como Polônia, Alemanha e os estados bálticos, como a Lituânia, que está cotada para abrigar 4000 soldados alemães com o intuito de “atrasar o avanço de uma eventual invasão russa de algum país da OTAN”.
Os chamados “jogos de guerra” vão mobilizar cerca de 40000 tropas, mais de 50 navios de guerra e 700 exercícios de combate aéreo, que tem como objetivo “sinalizar para Moscou que a aliança (OTAN) está preparada para lutar” segundo depoimentos de oficiais da OTAN para o portal RT.
A expectativa da OTAN é de colocar em prática os exercícios a partir de fevereiro de 2024, se estendendo até março. Ao todo seriam envolvidos até 32 países, incluindo a Suécia, nação que recentemente pediu a entrada na aliança.
O secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg, disse em junho do ano passado que a aliança aumentaria o número de suas forças de alta prontidão de 40.000 para “bem mais de 300.000”, fato que marca uma intensificação da presença da OTAN em geral, que estava até então trabalhando com modelos de organização militar mais móveis e menores.
Toda essa mobilização militar se dá em um cenário de crise da autoridade do imperialismo sobre os países atrasados. Os recentes golpes de estado nacionalistas em Burquina Fasso, Níger e Gabão, o fracasso da contra ofensiva ucraniana na guerra contra a Rússia, as ameaças até agora vazias de invasão do Níger pela Nigéria e outras nações africanas alinhadas ao imperialismo e a expulsão dos EUA do Afeganistão foram demonstrações de uma enorme fragilidade do regime de dominação do imperialismo sobre o mundo, fato que agora leva a OTAN a mostrar os dentes e tentar comunicar às nações oprimidas que reforçará a repressão global que se afrouxou devido à crise geral do capitalismo.
O enfoque dado no leste europeu para essas operações mostra que o alvo inicial das novas provocações da OTAN é a Rússia, que tem sido o país mais ativo do bloco nacionalista de países atrasados, tendo uma presença inclusive na organização dos países africanos que se rebelaram contra seus governos pró imperialistas. Um dos maiores focos dos exercícios militares até o momento é a Polônia, que se mostra um dos membros mais agressivos da OTAN e um candidato a ingressar na guerra para estender o conflito com a Rússia. Além disso, toda a operação é uma provocação do imperialismo, treinando as forças da OTAN para um conflito em grande escala com a Rússia e aumentando os contingentes nas fronteiras para ameaçar a Rússia.
Dessas operações militares podemos esperar um acirramento das lutas políticas e um aprofundamento da hostilidade e da organização militar do imperialismo e da própria Rússia, que vão pouco a pouco caminhando na direção de um conflito militar aberto em grande escala, com a possibilidade inclusive do uso de armas nucleares
