Uma matéria divulgada pelo Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região, no último dia 11 de dezembro, denuncia a sobrecarga de trabalho dos trabalhadores do Banco Bradesco devido, principalmente, à falta de pessoal nas dependências bancárias.
Essa matéria certifica o que este Diário já vinha falando desde a época da venda do HSBC para os banqueiros do Bradesco: que com a compra do banco, os 21 mil bancários oriundos do HSBC estavam na iminência de serem todos demitidos.
Dito e feito! Dados compilados das Demonstrações Financeiras do Bradesco e do Banco Central feitos pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estudos Socioeconômicos) não deixam dúvida de onde foram parar os mais de vinte mil bancários do HSBC depois da aquisição pelo Bradesco: no olho da rua.
Conforme a matéria do Sindicato dos Bancários de São Paulo, “no quarto trimestre de 2016, logo após a aquisição do HSBC, o Bradesco possuía 108.793 empregados, já contando com os empregados do banco britânico. Pouco antes da compra, no segundo trimestre de 2016, esse número era de 89.424 empregados. Houve, portanto, um acréscimo de 19.369 empregados. Já no terceiro trimestre de 2023, o banco possuía 86.102 empregados, totalizando uma redução de 22.691 postos de trabalho em 7 anos” (Sítio spbancarios, 11/12/2023).
Mais essa constatação não deixa dúvida que, em todo processo de venda de instituições financeiras ou de privatização, são os trabalhadores que pagam para manter o lucro de um punhado de parasitas. O HSBC foi mais um exemplo, mas não podemos esquecer que, quando o banco Santander absorveu os cinco bancos por ele comprado, Banco Geral do Comércio, Noroeste, Meridional, Bozano Simonsen e Banespa, colocou no olho da rua mais 20 mil trabalhadores, e foi essa política que o Bradesco colocou em prática no caso HSBC.
Na época do processo de compra, em reunião com os representantes sindicais dos trabalhadores bancários, o Bradesco e o HSBC haviam afirmado que não haveria demissão em massa no processo de aquisição do banco inglês. Agora, depois de 7 anos, o que estamos vendo é a tradicional política criminosa da burguesia que, para salvar os lucros dos ricos banqueiros, oferecem ataques cada vez mais violentos às já duras condições de vida dos trabalhadores.
No período de menos de um ano, de outubro de 2022 até julho de 2023, os bancos fecharam 6.273 vagas. Ou seja, milhares de pais de família perderam seus empregos apenas nesse período.
Os bancários não devem ter nenhuma ilusão nos banqueiros, para eles o que interessa é somente manter o lucro.
É preciso que as entidades de luta dos bancários organizem, imediatamente, um movimento nacional com comandos eleitos em assembleias presenciais para barrar a política dos banqueiros de demissões em massa, arrocho salarial, terceirizações etc.