Os sionistas “esquerdistas” ou “democráticos” foram convocados para diminuir a vantagem dos palestinos na opinião pública mundial. O imenso e riquíssimo aparato de propaganda do lobby sionista mundial não conseguiu fazer os jovens, trabalhadores e, de um modo geral, as pessoas normais engolirem o assassinato sistemático da população desarmada em Gaza pelas feras sionistas.
O jornal O Globo publicou uma coluna da senhora Cora Rónai, que eu não sei quem é, para mostrar que nós podemos chorar pelos palestinos e até fazer ato público, mas defender o Hamas, segundo essa senhora, é “antissemitismo 2.0”. Alega que é preciso ser equilibrado e colocar na balança, em um dos pratos os 15 mil palestinos mortos, incluindo 5 mil crianças, e os 1400, perdão, 1200 (ou será ainda menos?) “civis” israelenses mortos pelo Hamas. Mesmo que os contos de fada sobre as atrocidades do Hamas fossem todos verdadeiros, ninguém em sã consciência pode comparar um genocídio com o que teria sido feito pelo Hamas e outras organizações armadas da resistência palestina. E para conseguir essa proeza, teríamos também que esquecer completamente quase 100 anos dos piores crimes e atrocidades contra o povo palestino e julgar uma situação isolada como se fôssemos um tribunal de justiça burguês para o qual a situação social é irrelevante para condenar uma pessoa por roubar R$15,00 num supermercado.
No blogue de esquerda revolucionária (!) Esquerda Online foi publicada matéria de um jornalista israelense, Haggai Matar, que chora porque uma vez que os palestinos e a esquerda mundial condenam “Israel” de modo unilateral, sem condenar duramente as terríveis ações do Hamas, a esperança de mudança em Israel se esvai. Segundo esse cidadão, as denúncias de que as forças de ocupação sionistas teriam matado seus próprios cidadãos seria uma “teoria da conspiração”. Eu me pergunto: será que ele nunca ouviu falar do Mossad ou será que ele pensa que todo o mundo é simplesmente idiota? Para mostrar uma completa cara de pau, alega que o Hamas teria matado indiscriminadamente palestinos, nepaleses e outras nacionalidades, além de israelenses.
Em matéria publicada esta semana no Brasil247, um desses propagandistas do sionismo João Koatz Miragaya vai direto ao ponto e diz: “Insinuar que um grande número de israelenses foi morto por suas próprias forças (dando a entender que tenha sido proposital), não é o mais tosco na nota divulgada. Soa inacreditável que jornalistas citem uma investigação da Polícia israelense, divulgada pela mídia israelense, para acusar uma “farsa sionista”. O raciocínio é tão estúpido que não cabe na própria narrativa. É o rabo girando o cachorro. Seriam as instituições do Estado sionista desnudando a farsa sionista. A Polícia, em especial, comandada pelo ministro mais extremista de um governo já extremista. Nada faz sentido nessa alegação conspiratória.” Esse propagandista do sionismo nunca ouviu falar que operações de encobrimento da realidade muitas vezes acabam por ser contraditórias, principalmente quando são feitas às pressas?
O grande problema, que motiva essas matérias escabrosas, é que a versão israelense das atrocidades do Hamas está caindo aos pedaços. Muitas e muitas informações, não apenas das instituições oficiais, estão surgindo e mostrando que a versão inicialmente apresentada, com 40 bebês decapitados, eram pura desinformação dos serviços de “informação” sionista. As mobilizações crescem e a resistência mundial ao genocídio sionista é cada vez maior. Para isso, as alegações do governo Netaniahu são impossíveis de serem levadas a sério depois do mar de sangue em que mergulharam a faixa de Gaza. Aí entra aquela turma do deixa disso que só aparece quando o brutamontes está ameaçado de ser surrado. Alegam uma cínica simpatia pelos palestinos enquanto pedem a condenação da resistência armada para justificar o massacre dos palestinos. Quando pedem para condenar o Hamas, estão na realidade pedindo para justificar o genocídio, não apenas de hoje, mas de sempre. Aos genocidas não se dá o direito de defesa.
A estes turiferários do sionismo, devemos responder que “Israel” não tem absolutamente nenhuma autoridade política ou moral para acusar ninguém de nada, nem mesmo os carrascos nazistas que mandaram milhões de judeus para a morte.
“Israel” é um estado fascista, um regime de apartheid; todos os dirigentes do estado sionista têm as mãos sujas com o sangue dos palestinos e de outros povos árabes. A própria existência do Estado de Israel é uma ofensa para qualquer pessoa com sentimento democrático. A um povo massacrado desta maneira monstruosa, criminosa, brutal e cruel ao extremo, não apenas é dado como legítima a reação violenta, armada, com os meios de que dispõem, como é perfeitamente compreensível que os que resistem a uma tal opressão cometam excessos. É puro cinismo exigir um bom comportamento de pessoas numa situação desesperadora. O normal, do ponto de vista tanto moral como político, é atribuir aos opressores toda a violência e não apenas a sua própria. É fácil de entender, mesmo para um sionista, que se não existisse o martírio palestino, se houvesse um estado democrático, onde palestinos e judeus tivessem os mesmos direitos e onde predominasse a vontade da maioria, não haveria resistência armada. A fonte de toda a violência no mundo é a opressão e a exploração. Se isso serve para o povo negro nos EUA, que dizer de um povo que foi forçado a fugir do próprio país, perdeu toda a sua propriedade ou, lá permanecendo, vive sob uma ditadura fascista? Que dizer dos gazeus que vivem num campo de concentração a céu aberto?
A única coisa que estes propagandistas e apologistas do genocídio conseguem provar é que, na hora da repressão fascista e criminosa, um sionista de “esquerda” ou “democrático” é exatamente igual a um sionista de “direita”. Na realidade, só há um tipo de sionista, o fascista capaz de cometer e justificar os piores crimes.