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A farsa da extrema-direitaBide

Os “patriotas” globalistas e amantes de Israel

Acontecimento em Israel mostra que extrema-direita não é nem "antiglobalista" nem "patriota"

Na madrugada do último sábado (7), o Hamas organizou uma das maiores investidas contra o cerco de Israel. Um fato histórico, que marca uma nova etapa da resistência palestina contra as décadas de opressão do Estado Israel.

Israel está revidando de maneira desproporcional, sendo responsável já a essa altura pela morte de centenas de civis.

Esse fato pode ser resumido de uma forma: Israel é apoiado por todo o imperialismo, em primeiro lugar os Estados Unidos. Esse Estado artificial de Israel foi criado pelo imperialismo e se mantém como um enclave na região.

Diante do acontecimento, chama muito a atenção uma parte dos chamados “antiglobalismo” da direita, que no conflito se colocam ao lado de Israel, ou seja, do “globalismo”.

A extrema-direita no Brasil e no mundo costuma se arrogar como “antiglobalista”. Para ela, há um enorme complô mundial, liderado pelos EUA, países europeus, grandes corporações, banqueiros etc. Esse complô seria responsável pela manipulação política nos países, defendendo valores que seriam uma afronta à família e às tradições em geral.

A teoria do “globalismo” é uma versão direitista para o imperialismo. Não que seja a mesma teoria, mas é uma maneira confusa de expressar o domínio do imperialismo sobre os povos.

Nesse sentido, os autodenominados “antiglobalistas” denunciam ações como as das ONGs, financiadas por bilionários para infiltrar nos países do mundo, uma ideologia desagregadora, como é o caso do identitarsimo, por exemplo.

​​Logicamente que entre os chamados antiglobalistas há os defensores honestos e os oportunistas. Entre esses últimos com certeza podemos destacar Bolsonaro e os políticos bolsonaristas. Que falam em antiglobalismo da boca para fora, mas na primeira oportunidade bate continência para a bandeira dos EUA.

E são esses que, diante dos acontecimentos no Oriente Médio, ficam ao lado justamente do que talvez seja o símbolo do “globalismo”: o Estado de Israel.

Para os oportunistas, que falam em patriotismo e antiglobalismo apenas para fazer demagogia, não há muito o que explicar. Mas para os que honestamente defendem o antiglobalismo, é importante explicar algumas coisas.

Israel é um Estado artificial criado pelo imperialismo para ser um enclave no Oriente Médio. Ele serve como um instrumento de controle do imperialismo na região. Sem Israel, os países do Oriente Médio teriam maior independência e autonomia.

Para criar esse Estado, o imperialismo jogou os palestinos em guetos, roubando seu território. Para isso, logicamente, promove um massacre de décadas contra o povo que é o verdadeiro dono daquelas terras.

Os “patriotas” brasileiros deveriam explicar como se sentiriam se os Estados Unidos viessem aqui e colocassem uma população dentro do território nacional, criando um Estado à parte controlado por eles. E pior ainda, se eles constantemente fossem aumentando esse território, expulsando e massacrando os brasileiros. Os “patriotas”, que agora criticam os “terroristas” do Hamas e aplaudem o massacre israelense, ficariam a favor da invasão norte-americana no Brasil.

É exatamente isso o que eles estão defendendo no caso de Israel.

A posição dessa extrema-direita é de total apoio ao “globalismo”. Eles estão defendendo aqueles valores que eles dizem denunciar no Brasil, o que mostra que essa extrema-direita não é nem patriota, nem antiglobalista.

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