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O velho stalinismo

Os “comunistas” anti-revolução na África não são novidade

A revolução só é boa no passado, quando ela acontece no presente ela tem muitos problemas, nem mesmo é uma revolução, é “apenas nacionalismo”.

A crise do imperialismo após estourar no Oriente Médio e na Ucrânia agora chega na África. Na sua região ocidental 4 nações derrubaram seus governos pró-imperialistas e por meio dos militares estão aplicando políticas nacionalistas: Guiné, Mali, Burquina Faso e, a mais recente, o Níger. O imperialismo com este último caso parece que não aceitará mais a sua expulsão da região, é possível até que travem uma guerra por procuração contra o Níger. Mas algo que impressiona em meio a essa onde de libertação nacional na África, os “comunistas” não estão apoiando a luta desses países, da mesma forma que não apoiaram Putin. Mas isso não é nenhum fenômeno novo. 

O comunismo aqui na verdade são principalmente a sua ala stalinista, saudosistas da burocracia da URSS, no Brasil o maior representante é o PCB. O stalinismo tem um grande histórico de se posicionar contra as revoluções, mas um caso vale ser lembrado na América Latina, a própria Revolução Cubana. O Partido Comunista de Cuba, que agora está no governo, não é o partido que existia em 1959. Quem liderou a revolução não foram os comunistas, foi uma organização de jovens nacionalistas, o M -26 -7, que era liderado por Fidel Castro. O PCCu na época não era apenas indiferente ao movimento revolucionário, ele era abertamente contra revolucionário, sabotava a revolução ativamente.

Aqui vale apenas citar uma passagem do livro Cuba: a face radical do stalinismo, de John Lister: “Não foi apenas na frente de guerrilha que os stalinistas se opuseram impiedosamente aos castristas. A convocação do Movimento 26 de Julho para uma greve geral em 9 de abril de 1958 foi recebida com total hostilidade e sabotagem por parte dos organizadores sindicais stalinistas. Em alguns casos, eles chamaram a polícia de Batista para prender os organizadores da greve: um stalinista simplesmente saiu denunciando militantes do 26 de julho ao esquadrão da morte local – antes de ser executado apropriadamente por um organizador da greve.”

“Outro grupo de três fura-greves stalinistas apreendeu dois militantes do Autentico – trabalhando com o 26 de julho – e os entregou à polícia para execução. Em um banco de Havana, sabotadores stalinistas se refugiaram com a administração com medo de represálias por sua traição contra seus colegas de trabalho. Enquanto isso, o proeminente stalinista e ex-ministro Juan Marinello recebeu proteção 24 horas por dia da polícia secreta de Batista contra possíveis retaliações violentas pela traição de militantes revolucionários por membros de seu partido.”

Essa era a política do stalinismo em todo o planeta, o caso de Cuba era mais drástico pois havia um movimento revolucionário. Fidel Castro portanto liderou a revolução apesar dos comunistas, e a força da revolução, da classe operária cubana, empurrou o M -26 -7 de uma organização nacionalista para o socialismo. Foi ai que eles tomara o Partido Comunista para si. Hoje os stalinistas fingem serem apoiadores da Revolução Cubana, mas enquanto ela acontecia eram ferrenhos opositores. 

É o mesmo que acontece na África. Jones Manoel ataca o novo líder do Burquina Faso, Ibrahim Traoré, alega que é “só um nacionalista”. Isso é o mesmo que se falaria de Fidel Castro ou do próprio Thomas Sankara em sua época. Contudo eles já tem o prestígio de terem realizado a revolução, e portanto são defendidos. Essa é a clássica demagogia stalinista. Se propagandear como revolucionários, como seguidores de Marx e Lenin (marxistas-leninistas) até aparecer um revolucionário real, ai se transforma em direitistas, pelegos e fura greves. Muitas vezes fazem frente com o imperialismo para atacar governos nacionalistas, vide o caso Getúlio Vargas na década de 1950.

A realidade é que essa não é uma esquerda revolucionária, é uma esquerda pequeno burguesa. Uma esquerda que está totalmente a reboque da política do imperialismo e que assim consegue ficar à direita de organizações que não se autointitulam comunistas mas que atuam de forma muito mais radical ou até revolucionária. O próprio Karl Marx já afirmava que não se pode julgar um indivíduo pelo que ele fala de si mesmo. Um youtuber pode falar que é um radical comunista mas ser um lacaio de Joe Biden. Já um clérigo libanês pode falar muito em alá, mas na prática é um dos maiores inimigos do imperialismo. 

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